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A Barraca apresenta Amor é um fogo que arde sem se ver…
17 a 19 de Janeiro 2025
Amor é um fogo que arde sem se ver… é um espetáculo poético que remete para a História sabendo que entre a Poesia, a Verdade e a História há um belo mal entendido.
Após o sucesso das apresentações em Faro, Sines, Santo André, Santiago do Cacém, Lagos, Tondela, Queluz, Caldas da Rainha, CCB em Lisboa, e na sua casa, A Barraca, a pedido do público, anuncia com entusiasmo datas em Janeiro 2025 no TEC – Teatro Municipal Mirita Casimiro – Cascais
Sexta e sábado às 21:00 | Domingo às 16:00
Para quem ainda não teve oportunidade de ver o espectáculo, garantam os vossos bilhetes para celebrar de perto o V Centenário do nascimento do Poeta, um espectáculo d’A Barraca sobre a vida e obra de Luís Vaz de Camões, com dramaturgia e encenação de Hélder Mateus da Costa e de Maria do Céu Guerra.
Amor é um fogo que arde sem se ver, porquê?
Um espectáculo do género histórico/poético, não pode transportar cargas poeirentas e ultrapassadas.
Homenagear os clássicos é modernizá-los e torná-los acessíveis ao público dos nossos dias.
É nessa dificuldade que consiste o prazer de conseguir demonstrar que as histórias antigas têm a ver com o sempre constante e irregular comportamento humano. Camões é um dos símbolos mais importantes do nosso século de oiro, o século XVI. E é um testemunho vivo do intelectual moderno e progressista na linha de Erasmo e Tomas More, seus contemporâneos. Através dos séculos foi sempre referido como um patriota pelos liberais e Republicanos, e também utilizado pela famílias mais reaccionárias (descendentes dos mesmos que sempre o perseguiram e lhe negaram qualquer apoio e protecção económica).
Por isso, era necessário fazer uma “operação de limpeza” ao nosso Camões e mostrá-lo em toda a sua grandeza e independência. Para exemplo aos jovens e intelectuais dos nossos dias.
Não é minha intenção propor um novo olhar para o ícone Camões e para o período das grandes navegações portuguesas, mas é preciso conhecer todas as realidades que eram sonegadas e ocultadas. Na linha de Gil Vicente, Fernão Mendes Pinto, Damião de Góis e Chiado que denunciaram nessa mesma época que esse período áureo se devia ao trabalho de cientistas e ao povo que era arrastado para as naus. E que Descobrimento foi frequentemente sinónimo de roubo e massacres a nível Universal. A História não se pode corrigir, mas eu só posso gostar do meu país ( ou de qualquer outro) se conhecer os lados positivos e os condenáveis.
Mas, também muito importante e interessante, é pensar que esse importante texto épico – além de oferecer aos navegadores portugueses o Amor como prémio na Ilha dos Amores, também é a grande aventura da língua portuguesa.
Hélder Mateus da Costa
SOBRE O ESPECTÁCULO
AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER (2024) conta a viagem de Luís Vaz, o navegador da Língua Portuguesa, transportando memórias de amores e desamores, muitas perdas e maus tratos e prisões operados em sigilosos conluios por muitos inimigos seus contemporâneos. Tempo de disputas, glórias e intrigas, os perigos da inquisição ameaçaram sempre um dos homens mais livres do seu tempo e sem dúvida o seu maior poeta. Depois de aventuras e desventuras que lhe vão acontecendo na sua pátria vai de viagem na rota de Gama. E consigo leva a Língua Portuguesa, ainda em construção.
Olhado como um texto épico Os Lusíadas são também o grande relato da aventura da língua portuguesa que nessa obra/ viagem se confirma e consagra.
Perseguindo sempre a aventura mais arriscada, seja ela o amor, a viagem ou a poesia, na Índia conhece Garcia d’Orta, Diogo do Couto, apaixona-se, conhece Macau conhece a Ilha de Moçambique, Dinamene. Num naufrágio perde a amada e salva a nado o poema ao qual já dedicara anos de vida.
17 anos passados sobre a partida para a India, regressa à pátria. Sempre mais rico, sempre mais pobre, quase sempre só. Traz consigo apenas o escravo Jau que o acompanhará até ao fim. Não sabemos quem morreu primeiro, são ambos eternos.
Em Portugal apresenta os Lusíadas ao censor do Santo Ofício, embora com cenas eliminadas a obra é autorizada. A sua visão da” máquina do mundo” não é aceite e a cena da ilha dos amores é quase truncada. O passo seguinte é mostrá-la a Dom Sebastião. O rei gosta dos Lusíadas e aprova a concessão de uma tença de sobrevivência ao poeta. Não fosse a doença as coisas pareciam começar a correr melhor ao poeta e a vida começava a passar.
Tempo último…
Camões vai a Belem ver sair os barcos para Alcácer – Quibir. Ele está no fim. E Portugal está perto do Desastre. Juntam-se as duas sortes. Regresso a casa… Camões é apoiado pelo escravo Jau que lhe dá de comer e o acompanha. E o poeta do amor, tal como os marinheiros do Gama passa à eternidade embalado pela música do mar e das ninfas da ilha dos amores.
Momento feliz enfim… O reencontro com a beleza acompanha o regresso do poeta à sua ilha recuperada numa invocação da paz a que todos aspiramos.
Maria do Céu Guerra
- Encenação Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra
- Assistência de encenação Gil Filipe
- Elenco Adérito Lopes, Beatriz Dinis e Silva, Érica Galiza, Gil Filipe, Luís Ilunga, Maria do Céu Guerra, Manuel Petiz, Rita Mendes Nunes, Samuel Moura, Sérgio Moras, Teresa Mello Sampayo, Vasco Lello, Maria Baltazar (estagiária)
- Produção Inês Costa
- Apoio à Produção Gil Filipe, Manuel Petiz, Teresa Mello Sampayo
- Direcção Musical e Música Original Maestro António Victorino D’Almeida
- Cenografia A Barraca
- Concepção de Vídeo André Letria
- Desenho de Luz Vasco Letria
- Operação de Luz Ruy Santos
- Operação de Som e Vídeo João Pecegueiro
- Guarda-roupa Mestra Alda Cabrita
- Adereços Tina Simões
- Design Gráfico Inês Costa
- Cartaz e Telão Luis Henriques
- Fotos Paulo Chaves
- Classificação M/12
- Duração 120 m
Confirme sempre junto da sala de espetáculos ou promotor as condições de acesso, confirmação da data ou horário, local de venda dos bilhetes, preço e disponibilidade.
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