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Apresentação do Festival Imaterial em Évora

19 a 27 de maio

Foi apresentada hoje a programação completa do festival que integra Concertos, um Ciclo de Cinema Documental, Conferências e Passeios pelo Património. Foi também anunciada a atribuição Prémio Imaterial a Paulo Lima, antropólogo que há muito se dedica ao património cultural imaterial.

Imaterial, um festival (organizado pela Câmara Municipal de Évora e a Fundação Inatel) que através da música, das conferências, do cinema, e dos olhares sobre a tradição que daí resultam, leva-nos ao encontro de novas formas de nos pensarmos como coletivo.

De 19 a 27 de maio, o Património Imaterial será novamente pensado e homenageado em Évora, nas suas várias formas. Durante estes dias e com acesso gratuito, Évora cujo centro histórico é Património da Humanidade, proporcionará um inigualável encontro de culturas. Um encontro de novas formas de nos pensarmos como coletivo. A música como partilha coletiva, as histórias como narrativas que se desprendem das canções e se estendem para lá dos palcos, o canto como prolongamento da mesa de refeições, as ruas como lugares naturais para que a música se escute e se misture com os sons da cidade.

© Joana César

Carlos Pinto de Sá, Presidente da Câmara Municipal de Évora destaca como o Festival Imaterial é importante e especialmente nos anos que antecedem a 2027, em que a cidade será Capital Europeia da Cultura. Porque este final está em perfeita consonância com o conceito que foi apresentado na candidatura apresentada. É assim com grande satisfação que nos associamos a mais uma edição do Festival Imaterial, que esperamos que se estenda para além do ano de 2027.

Francisco Madelino, Presidente da Fundação Inatel, refere que este é um festival que se assume em ligar o tempo, usando a arte como a forma de ver e interpretar o mundo. E são estas iniciativas que nos preparam enquanto seres humanos para o futuro.

© Joana César

Carlos Seixas, diretor artístico do Festival Imaterial referiu ainda que de 19 a 27 de maio mais uma vez, vai ser possível demonstrar que as portas da cidade de Évora se abrem ao pulsar dos novos tempos, a pensar no futuro. E acrescenta “A música tem destas coisas. Une e partilha sonhos coletivos, desafia a humanidade a ser mais solidária e a enfrentar as dificuldades com mais esperança. Denuncia e alerta para as injustiças. Mas também torna as pessoas cúmplices e ligadas para a vida inteira. É tão importante nas nossas vidas como respirar”.

E se na música a viagem faz-se entre Burkina Faso, Burundi, Curdistão, Geórgia, Grécia, Índia, Irão, Letónia, Mali, Marrocos, México e Portugal. No ciclo de cinema documental o espectador terá oportunidade de ir até Cuba, Mali, Moçambique, Polónia e Senegal. E por entre as conversas, terá ainda oportunidade de deambular pelas culturas da India e Seychelles. De destacar ainda neste programa de conferências a conversa com o realizador Tony Gaftlif, o debate sobre o futuro do cante e como Évora enquanto capital europeia da cultura pode com esta missão reposicionar todo um legado cultural no mundo?

© Joana César

O programa musical conta com artistas de várias gerações, nomeadamente, jovens músicos como Ana Lua Caiano, de Portugal, Kaito Winse, do Burikina Faso, Silvana Estrada, do México, Kadinelia, da Grécia e Danûk, do Curdistão. Da Bélgica chegam-nos os Huelgas Ensemble e a seu cargo fica a abertura do festival com um concerto único que decorrerá na Sé Catedral de Évora, naquele que será um espetáculo dedicado a Vicente Lusitano, compositor negro e por muitos considerado o maior compositor português do século XVI, pioneiro na música clássica europeia, e que terá, acredita-se, estudado em Évora. De Marrocos, os Master Musicians of Jajouka e da Geórgia os Iberi Choir, Kayhan Kalhor Trio do Mali. Os sons da India chegam com Sougata Roy Chowdhury e Nihar Mehta, e do Irão Kayhan Kalhor & Kiya Tabassian & Behnam Samani Kalhor. Da região da Extremadura La Kaita, do Burundi os The Drummers of Burundi e da Letónia as Tautumeitas. O encerramento será em português com Os Ganhões de Castro Verde & Paulo Ribeiro.

A edição deste ano contará ainda com a atribuição do Prémio Imaterial a Paulo Lima, antropólogo português que trabalha sobre património enquanto forma de intervenção política e cívica. Alguém, cuja prática há muito incide sobre o património cultural imaterial, com um foco particular apontado às expressões musicais. Dedicou parte da década de 1990 à investigação centrada nos poetas improvisadores e decimadores do Mediterrâneo e da Ibero-América.

© Joana César

A partir do ano de 2000 a energia e o entusiasmo de Paulo Lima foram colocados ao serviço das equipas que conquistaram as inscrições do fado, do Cante alentejano, do fabrico de chocalhos e da morna nas listas do Património Cultural Imaterial da UNESCO. Tendo assumido o lugar de coordenador destas três últimas candidaturas, quis também pensar estas expressões em ligação com a coesão social, as alterações ambientais, a emergência climática e o empoderamento da mulher, reflectindo sobre o papel das tradições numa ampla dimensão sócio-cultural.

Coordena a inscrição na UNESCO das bandas filarmónicas portuguesas. Trabalha há vários anos sobre a Reforma Agrária em Portugal. Foi condecorado pelo Governo de Cabo Verde, em 2019, com a Medalha de Mérito Cultural de 1.º Grau. Foi distinguido, em 2022, pela APOM ―Associação Portuguesa de Museologia, com o prémio de melhor trabalho de museologia, dado ao projeto expositivo do Centro Interpretativo do Cante Alentejano. Convicto de que o património está por todo o lado – é só saber escutá-lo, interpretá-lo, amplificar a sua vitalidade e a sua dignidade. Será assim reconhecido o trabalho desenvolvido ao longo das últimas décadas, por Paulo Lima.

O Festival Imaterial tem entrada livre e na passada edição contou com mais de 3 mil espectadores. Este ano é objetivo crescer em visitantes e participantes nas diversas secções do festival, reafirmando o Imaterial como um ponto de encontro.

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