Depois de anunciado o programa completo e esgotadas as edições especial de passes para a edição comemorativa dos 20 anos da Festa do Jazz, estão à venda os bilhetes para todos os concertos, na Ticketline e na bilheteira do CCB.
No que diz respeito ao cartaz, além dos já anunciados Salvador Sobral e de Trilok Gurtu, a Festa deste ano conta com um programa de luxo.
Descubra o melhor do jazz português, bem como debates e o Encontro Nacional de Escolas de Jazz. Este ano, o festival tem lugar em três locais icónicos de Belém, cada um único por si só: o CCB – Centro Cultural de Belém, arquitetonicamente deslumbrante, onde se realiza o programa principal de concertos, o Picadeiro do Antigo Museu dos Coches, que acolherá o Encontro Nacional de Escolas de Jazz, bem como dois concertos exclusivos, e a eclética livraria e espaço para eventos Ler Devagar no Lx Factory com Jam Sessions à noite. Para além de uma oferta musical diversa, a Festa do Jazz acolherá mais uma vez painéis de discussão sobre temas sociais relevantes.
Todos os concertos no CCB serão transmitidos ao vivo na RTP Palco e estarão disponíveis na plataforma digital durante um ano.
FESTA DO JAZZ 20 ANOS – POR CARLOS MARTINS (diretor artístico)
Compreender a Festa do Jazz (FdJ) é determinante para compreender o jazz nas últimas décadas em Portugal, nomeadamente nos últimos 20 anos. Por isso, fizemos um livro, editado em 2020 -única edição do género em Portugal- dos últimos 20 anos, sobre os universos, pessoais e colectivos, criados e/ou estimulados pela Festa.
Mas explicar tudo o que foi feito nos últimos 20 anos poderia ser, além de extenso, um exercício fútil discorrendo números e impactos que não serão nunca tão importantes como a visão qualitativa e simbólica dos inúmeros encontros e criações feitas pelos músicos portugueses de Jazz que são o centro da Festa. Foram estes músicos que iniciaram a internacionalização do Jazz que se faz em Portugal bem como os caminhos da pedagogia.
Por isso prefiro, enquanto diretor artístico, sublinhar algumas ideias e práticas essenciais à FdJ que são importantes para a comunidade de músicos que, entretanto, se consolidou em Portugal. A criação de comunidade e a sua sustentação, sublinhe-se, foi o nosso maior contributo, enquanto parceiro de uma rede, antes informal, de músicos, promotores, investigadores, jornalistas, professores, entre outros, abarcando um conjunto de vozes diversas, com diferentes experiências e papéis em diferentes contextos.
Neste prisma a Festa tem sido ao longo de 20 anos claramente o maior e mais completo observatório do jazz feito em Portugal criando momentos únicos de revelação de novos talentos e de novas propostas de músicos consagrados. É desde sempre o espaço aglutinador ao promover um encontro nacional anual, criando redes, formais e informais, apostando na criação, na improvisação, na pedagogia e na troca de saberes dos envolvidos, incluindo os jovens das escolas de jazz nacionais. Do Concurso Nacional de Escolas (de Jazz) têm saído, desde há 19 anos, a maioria dos grandes músicos actuais que por sua vez vêm iluminando os caminhos futuros da música improvisada feita em Portugal, e agora na Europa.
Por outro lado, e cumprindo a vocação da Festa, a programação reuniu e reúne as mais variadas tendências da música improvisada portuguesa, estando atenta aos aspectos inclusivos. Por isso, passados 20 anos e nesta edição que celebra este aniversário, a inclusão de mulheres no programa em quase 50% dos grupos programados é para nós indissociável da luta que todos temos de travar para chamar mais mulheres ao jazz português que ainda é muito machista, como o resto da sociedade. Não é por isso inocente a nossa vontade de continuar a estimular outros festivais a fazerem o mesmo. Deve ser dito que não se podem “inventar” mulheres no jazz quando não existem nas escolas, nos grupos e na comunidade. O caminho é longo e de difícil percurso devido a questões culturais que, neste e noutros temas como o colonialismo ou o racismo institucional, por exemplo, contribuem para uma maior periferia portuguesa na Europa, além da geográfica. Mas haveremos de conseguir.
Foi também para encurtar essa periferia, física, cultural e psicológica que a Sons da Lusofonia/Festa do Jazz tem trabalhado estrategicamente na Internacionalização do Jazz português. Para tal realizou em Lisboa em 2018, com a Europe Jazz Network, a Câmara Municipal de Lisboa e o Centro Cultural de Belém, a primeira conferência europeia de Jazz em Portugal (European Jazz Conference) em que finalmente os músicos de jazz portugueses foram apresentados à elite europeia de jazz, de forma cuidada e estratégica, que trouxemos a Lisboa. Por fazer parte da Rede Europeia de Jazz há mais de 10 anos, a Festa do Jazz reuniu a documentação necessária para criar recentemente, com vários parceiros nacionais, a primeira Rede Portuguesa de Jazz – Portugal Jazz – nome sob o qual foi programada a primeira embaixada de jazz levando, desta vez, as mais importantes entidades do Jazz nacional à maior feira mundial de jazz – Jazzahead! em Abril deste ano.
Embora de carácter nacional a FdJ continua estes caminhos promovendo o encontro de portugueses com músicos europeus, como fazemos nesta edição da Festa. Além de nacional, a Festa é um festival de Lisboa, cidade que o acolhe e projecta. Por isso queremos convidar os Lisboetas que tanto nos têm dado a vir viver connosco esta celebração dos 20 anos e por isso convidamos a cidade e os lisboetas no primeiro dia de concertos, dia 16 de Dezembro, no Grande Auditório do CCB, a estarem connosco.
A Festa do Jazz é, pelos confrontos e celebrações que fomenta, um lugar de verdadeira alegria. Nesta edição dos 20 anos as surpresas serão muitas e imperdíveis. Vejam o programa e venham fazer a Festa connosco.
PROGRAMAÇÃO
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
Dia 16 de Dezembro: Grande Auditório 21h00
- Convite à Cidade: 20 anos de Festa do Jazz
- Trilok Gurtu, Yuri Daniel, João Paulo Esteves da Silva com Carlos Martins, João Frade e Mário Delgado
- Trilok Gurtu, percussões
- João Paulo Esteves da Silva, piano
- Yuri Daniel, contrabaixo
- Convidados:
- Carlos Martins, saxofone
- João Frade, acordeão
- Mário Delgado, guitarra
Dia 17 de Dezembro – Pequeno Auditório 16h30
- Nazaré da Silva Quinteto (PT)
- Nazaré da Silva, voz
- João Almeida, trompete
- Bernardo Tinoco, saxofone
- Zé Almeida, contrabaixo
- João Pereira, bateria
17h30
- Hugo Carvalhais “Ascetica” (PT/FR/LT)
- Liudas Mockunas, saxofone tenor, sopranino e clarinete
- Fábio Almeida, saxofone tenor e flauta
- Fernando Rodrigues, órgão hammond e sintetizador
- Gabriel Pinto, órgão hammond
- Hugo Carvalhais, contrabaixo
- Mário Costa, bateria
21h00
- Salvador Sobral e Marco Mezquida (PT/ES)
- Salvador Sobral, voz
- Marco Mezquida, piano
22h00
- Prémios RTP/Festa do Jazz 2022
- com João Almeida e Carlos Martins
22h30
- Lantana (PT/PL/SE)
- Maria Radich, voz
- Anna Piosik, trompete
- Helena Espvall, violoncelo
- Joana Guerra, violoncelo
- Maria do Mar, violino
- Carla Santana, electrónica
Dia 18 de Dezembro – Pequeno Auditório 16h30
- JAZZOPA (PT/ESP/BR)
- Cádi, rapper
- Noiatt, rapper
- May, rapper
- Mateja Dolsak, saxofone
- Mariana Trindade, trompete
- Tom Maciel, piano e teclado
- Zé Almeida, baixo elétrico
- Miguel Fernández, bateria
17h30
- Joana Raquel e Miguel Meirinhos “Ninhos” (PT/ARG)
- Joana Raquel, voz, letras e composição
- Miguel Meirinhos, piano e composição
- Demian Cabaud, contrabaixo
- João Cardita, bateria
21h00
- Perselí (PT/STC/MX)
- Fuensanta Méndez, voz e contrabaixo
- Alistair Payne, trompete
- José Soares, alto saxofone
22h00
- Prémios Lurdes Júdice – Encontro Nacional de Escolas
22h30
- Marques/Cabaud Quarteto (ARG/PT/USA)
- Gonçalo Marques, trompete
- Bram de Looze, piano
- Demian Cabaud, contrabaixo
- Jeff Williams, bateria
PICADEIRO DO ANTIGO MUSEU DOS COCHES
Dia 17 de Dezembro 15h00
- Debate “Cultura e Cidadania: Improvisação é Inclusão”
- c/ Andreia Monteiro, Dougie Knight, e Joana Machado
- Programação gratuita.
16h00
- Encontro Nacional de Escolas
- Programação gratuita.
- Conservatório – Escola Profissional das Artes da Madeira – Eng. Luiz Peter Clode
- Vitor Fernandes, saxofone alto
- Beatriz Dória, piano
- Emanuel Inácio, contrabaixo
- Afonso Teles, bateria
- Professor: Francisco Andrade
- Escola de Jazz Luiz Villas-Boas – Hot Clube de Portugal
- Ana Silva, flauta
- Henrique Pinto, trompete
- Mariia Soeiru, piano
- Miguel Jorge, baixo
- Raul Areias, bateria
- Professor: Gonçalo Marques
- JAM – Jazz Academy of Music
- Beatriz Duarte, flauta
- David Rodrigues, trompete
- Francisco Van Epps, guitarra
- Lourenço Lúcio – guitarra
- Vítor Carvalho, baixo eléctrico
- Nuno Jorge, bateria
- Professor: Nuno Ferreira
- ART’J – Escola Profissional de Artes Performativas da JOBRA
- Ana Santiago, voz
- Joshua Souza, saxofone
- Rúben Rosa, trompete
- Bernardo Barreira, guitarra
- Afonso Figueiredo, baixo elétrico
- Elijah Saxton, bateria
- Professor: João Freitas
- Universidade Lusíada de Lisboa
- Sofia Costa, voz
- Diogo Flosa, guitarra
- Pedro Lopes, piano
- Pedro Matos, baixo
- Gonçalo Albino, bateria
- Professor: Nuno Costa
19h00
- DLW (GER/DEN)
- Christopher Dell, vibrafone
- Jonas Westergaard, baixo
- Christian Lillinger, bateria
- Programação paga.
Dia 18 de Dezembro 15h00
- Debate “O Som de Lisboa: territórios acústicos e cidade”
- c/ Pedro Campos Costa, Carlos Santos e Carlos Martins
- Programação gratuita.
- 16h00 – Encontro Nacional de Escolas
- Programação gratuita.
- Escola de Jazz do Barreiro
- David Fernandes, voz
- Lúcia Bartolomeu, voz e teclado
- Paulo Lopes, saxofone
- Cláudia Gonçalves, piano
- Jorge Vasconcelos, baixo
- Tiago Monteiro, bateria
- Professor: José Soares
- Escola Básica e Secundária da Bemposta
- Salomão Boechat, saxofone Alto
- Isaac Krasmann, guitarra
- Samuel Miranda, baixo
- André Rocha, baixo
- Pedro Ramos, bateria
- Professor: Vitor Guerreiro
- Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
- Pedro Martins, vibrafone
- Vicente Pechorro, piano
- Santos, guitarra
- Tiago Fernandes, baixo
- Íris Valente, bateria
- Professora: Andreia Santos
- Escola Superior de Música de Lisboa
- Julia Rassek, voz
- Maria Fonseca, trompete
- Álvaro Pinto, saxofone alto
- Henrique Oliveira, saxofone tenor
- José Manuel Cavaco, piano
- Bruno Ponte, guitarra
- Juliana Mendonça, contrabaixo
- Maria Carvalho, bateria
- Professor: Nelson Cascais
- ESMAE
- Afonso Silva, saxofone
- Pedro Sequeira, vibrafone
- José Martin Geyer, piano
- Josias Ribeiro, guitarra
- Xavier Nunes, contrabaixo
- Pedro Latães, bateria
19h00
- HERSE
- Sofia Sá, voz
- Clara Lacerda, piano
- Raquel Reis, violoncelo
- Programação paga
LIVRARIA LER DEVAGAR
Programação gratuita.
Dia 17 de Dezembro 23h00 – 01h30
- Tom Maciel convida Thiago Alves e João Sousa + Jam Session
- Tom Maciel, piano
- Thiago Alves, contrabaixo
- João Sousa, bateria
Dia 18 de Dezembro 23h00 – 01h30
- Thiago Alves convida Júlia Perminova e André Sousa Machado + Jam Session
- Julia Perminova, piano
- Thiago Alves, contrabaixo
- André Sousa Machado, bateria
SOBRE A FESTA DO JAZZ
A Festa do Jazz é o maior festival português de jazz feito por portugueses, que se realiza há 20 anos sem interrupções, reunindo diferentes públicos, críticos, promotores, músicos profissionais e estudantes de jazz de todo o país.
A Festa do Jazz é desde sempre o espaço aglutinador que promove um encontro nacional anual, para criar redes, formais e informais, e que promove a criação, a improvisação, a pedagogia, a troca de saberes dos envolvidos, incluindo os jovens das escolas. A Festa do Jazz é o observatório do jazz português e um momento único de revelação de novos talentos e de novas propostas de músicos consagrados.
A Festa do Jazz é, e tem sido ao longo dos anos, também um momento único de apresentação de novos talentos e novas propostas de músicos consagrados. Estes dois factores asseguram e exigem que a Festa do Jazz seja uma iniciativa de âmbito nacional, com promoção e divulgação prévia, repercussão ao momento e posterior em inúmeros media.
A Festa do Jazz apresenta uma programação maioritariamente em português, em todas as suas vertentes:
– Abordagem Profissional: o cartaz conta, desde o início, com os maiores nomes do Jazz nacional e alguns dos maiores do Jazz internacional;
– Abordagem Profissionalizante: a criação do concurso nacional de Escolas, único no mundo, como abordagem ao futuro do jazz nacional e a criação de condições de sustentabilidade
– Formação: residências artísticas e masterclasses com convidados de renome internacional
– Criação de redes formais e informais, nacionais e internacionais: membro da European Jazz Network, a Associação Sons da Lusofonia promove actualmente o projecto Portugal em Jazz (www.portugalemjazz.pt)
– Enquadramento permanente das questões de género e de cidadania e a criação de redes formais e informais que sirvam como construção de comunidades assentes em bons indivíduos.
Ficha Técnica
- Organização: Associação Sons da Lusofonia
- Direcção Artística: Carlos Martins
- Programação: Carlos Martins com Pedro Melo Alves
- Coordenação Geral: Inês Lobo
- Direcção Técnica: Luís Delgado
- Produção: Luís Hilário, Catarina Fernandes
- Assistente Produção: Lia Mei
- Design: Travassos
- Assessoria de Imprensa: João Pinho (Press Link)
- Mecenas: Doris Matz
- Patrocínio: Santa Casa da Misericórdia
- Parceiros: Centro Cultural de Belém, RTP Palco, Museu Nacional dos Coches, Livraria Ler Devagar
- Apoio: República Portuguesa, Câmara Municipal de Lisboa, Turismo de Lisboa, Junta de Freguesia de Belém, Hotel Jerónimos 8, Gerador
- Media Partner: Antena 2, Público, RTP2
- TRANSMITIDO ONLINE ATRAVÉS DA RTP PALCO
Gravado e transmitido no Grande Auditório e Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB)
SOBRE A ASSOCIAÇÃO SONS DA LUSOFONIA – ASL
A Associação Sons da Lusofonia promove intervenções abrangentes que aliam a intervenção social e a educação global à música e à interação entre comunidades, pessoas e artes.
A ASL é uma Associação cultural sem fins lucrativos criada em 1996. Desde a sua fundação que um dos grandes objetivos da ASL é o de contribuir para a cooperação entre países geo-culturalmente diversos, promovendo o desenvolvimento de uma identidade baseada nas tradições, comuns ou não, orientadas para o futuro – criando uma plataforma de comunicação entre gerações e grupos com hábitos e heranças culturais diferentes.
Contribui assim para uma intervenção social e artística atenta às mudanças e estruturada na criatividade social. A ASL tem feito um trabalho de importância incontornável em prol da cultura portuguesa e da diversidade cultural e humana, ao longo de quase 27 anos, e a importância deste trabalho é reconhecida pelos agentes culturais, os vários públicos e pelos agentes institucionais nacionais e internacionais.
Confirme sempre junto da sala de espetáculos ou promotor as condições de acesso, confirmação da data ou horário, local de venda dos bilhetes, preço e disponibilidade.
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