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Festival de Almada abre com estreia de Hipólito

A 38ª edição do Festival de Almada abre com quatro espetáculos, um em estreia da CTA: Hipólito, de Eurípedes, com encenação de Rogério de Carvalho, às 20h30, no TMJB.

Meia hora antes, às 20h, é inaugurada a exposição “Uma árvore com espectadores à volta“, exposição dos 50 anos da Companhia de Teatro de Almada, da autoria de José Manuel Castanheira. Os outros três espetáculos, também às 20h30, dividem-se por três teatros: História da violênciade Édouard Louis, no Fórum Romeu correia; Aurora negra, criação e direcção artística de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, pela Cama A.C; e Amitié, de Eduardo De Filippo e Pier Paolo Pasolini, produção do Festival de Avignon, na Incrível Almadense.

O mal-amado Hipólito, bastardo fruto de uma ligação entre Teseu e uma amazona, acaba por ter por madastra Fedra, que se apaixona pelo enteado, em resultado de um mau-olhado de Afrodite. Perante tamanhos traumas relacionados com as mulheres, Hipólito desenvolve uma misoginia torpe, negando-se com virtuoso orgulho à experiência carnal. «Eurípides tratou este tema por duas vezes. Uma primeira peça fez escândalo. Fedra abandonava-se à sua paixão e declarava-a de viva voz ao enteado, que, horrorizado, cobria o rosto com um véu. Tais audácias são atenuadas na peça que se segue e que, em Abril de 428 a.C., poucos meses após a morte de Péricles, obtém o primeiro prémio [nas Dionísias].» (Marie Delcourt-Curvers).

Eurípides nasceu por volta de 480 a.C. na ilha de Salamina. Um renovador, levou a condição humana e os problemas sociais para o teatro. Das muitas dezenas de peças que lhe são atribuídas chegaram até nós menos de vinte, oito das quais datadas com precisão, entre as quais Hipólito, um texto que celebra a perene modernidade da tragédia clássica e a imutabilidade das paixões humanas.

No ano em que cumpre 50 anos, a Companhia de Teatro de Almada volta a convidar Rogério de Carvalho para encenar a mitologia grega, num diálogo com Fedra de Racine, que o encenador dirigiu em 2006 e que contou igualmente com a participação da atriz Teresa Gafeira, do actor Marques D’Arede, do cenógrafo José Manuel Castanheira e da figurinista Mariana Sá Nogueira.

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