Festival de Almada arranca com Els Joglars
Dia 4 de Julho é o dia de arranque de mais um Festival de Almada. Há 40 edições que é assim. Na próxima terça-feira já pode jantar na Esplanada da Escola D. António da Costa que volta a abrir-se para receber público e artistas naquele que é o maior evento teatral do País.
Às 20h30 entra em cena no Palco da Esplanada a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras. Às 21h, também na Escola D. António da Costa, são inauguradas uma exposição comemorativa – A grande Festa das ideias (40 anos do Festival de Almada) -, e uma instalação de homenagem a João Mota – A escola do círculo repetido sem fim (no teatro de João Mota) – ambas com curadoria de José Manuel Castanheira. Às 22h, no palco icónico do Festival, o Palco Grande da Escola D. António da Costa, Els Joglars, a conhecida companhia catalã apresenta İQue salga Aristófanes!, com encenação de Ramon Fontserè.
Em Valha-nos Aristófanes!, um ex-professor de cultura clássica entretanto despedido e internado num hospício lança-se à jugular de uma certa censura que, em nome de uma alegada moral, vai transformando alguns criadores em meros polícias de si próprios, coartando-lhes a liberdade criativa. Ramon Fontserè, que integra esta companhia catalã desde 1983, convoca nada mais nada menos do que Aristófanes para se arrogar o direito de dizer o que pensa: “Caros espectadores, não vos deixeis ofender pelo facto de, sendo eu um cómico, me atrever a falar da sociedade, uma vez que também a comédia sabe avaliar o que está certo. Vou dizer-vos algumas palavras que, sendo amargas, são também assaz autênticas”. No manicómio em que decorre esta peça, por entre uma certa loucura mansa vão sendo ditas algumas graças que poderão soar inconvenientes a alguns — mas cristalinamente lúcidas a muitos outros. Estaremos nós preparados para assistir, em cena, ao regresso do Mayflower ao Velho Continente?
Desde 1962 que Els Joglars — a companhia fundada pelo aclamado Albert Boadella — procuram criar espectáculos populares e invariavelmente fracturantes: uma atitude que lhes valeu numerosos dissabores durante a ditadura de Franco — e também em democracia. Desta vez, ao colocarem-se sob a égide de Aristófanes, reivindicam um gesto libertário: “O riso é uma forma extraordinária de higiene mental. E nós, os cómicos, somos desde a Antiguidade fazedores de gargalhadas para catarse e consolo do público”.
Que salga Aristófanes (Palco Grande da Escola D. António da Costa, dia 4 de Julho, às 22h)
Dramaturgia colectiva
Encenação de Ramon Fontserè
Interpretação: Ramon Fontserè, Pilar Sáenz, Dolors Tuneu, Javier Villena, Alberto Castrillo-Ferrer e Angelo Crotti
Cenografia: Anna Tusell
Desenho de iluminação: Bernart Jansà
Desenho de som: David Angulo
Figurinos: Pilar Sáenz
Assessora artística: Martina Cabanas
Direcção de cena: Alberto Castrillo-Ferrer
Els Joglars (Espanha)
Co-produção: Comunidad de Madrid (Teatros del Canal) e Generalitat de Catalunya
Apoio: Embaixada de Espanha em Lisboa
Língua: Castelhano
(legendado em português)
Duração 1h30m
Classificação M/12
Preço 17€
Mais informações em ctalmada.pt
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