banner-spotlightculturadestaque | reportagemmúsica

Festival Santa Casa Alfama recebeu Camané, Sara Correia e Buba Espinho no palco Santa Casa

A nona edição do festival Santa Casa Alfama contou com Jorge Fernando, Fábia Rebordão, Rita Guerra, António Laranjeiro, Paulo de Carvalho, Ricardo Ribeiro, onde foi homenageado Carlos do Carmo

Festival Santa Casa Alfama recebeu mais de 50 artistas, entre eles Camané, Sara Correia e Buba Espinho no palco Santa Casa

O Santa Casa Alfama tem lugar no bairro mais antigo de Lisboa, repleto de arquitetura magnífica e que transborda cultura. O festival contou com dez palcos espalhados pelo bairro de Alfama, incluindo igrejas, como as de S. Miguel e Santo Estêvão, e sociedades recreativas, como Boa União, Grupo Sportivo Adicence e Magalhães de Lima, instala-se ainda no Museu do Fado, e chega à frente ribeirinha com o palco principal, Santa Casa Alfama, e às janelas do largo S. Miguel.

Depois de uma edição dedicada a Amália Rodrigues, em ano de centenário da diva, a 9ª edição do Santa Casa Alfama, de 24 a 25 de setembro, homenageou outro grande nome do Fado e da música portuguesa: Carlos do Carmo. O ano de 2021 começou com a triste notícia do desaparecimento de alguém cuja voz se confunde com os últimos cinquenta anos de história do próprio país.

O terminal de cruzeiros acolheu assim uma projeção de videomapping sobre Carlos do Carmo, e uma exposição sobre o fadista, criador de êxitos como “Canoas do Tejo”, “Os Putos”, “Trem Desmantelado”, “Lisboa, Menina e Moça” e “Fado Anarda”, entre outros. É de salientar que todos os artistas que participaram no festival incluíram, pelo menos, 1 tema de Carlos do Carmo nos seus reportórios.

No primeiro dia, 24 de setembro, o Palco principal abriu pelas 20h30 com a atuação de Buba Espinho com a participação de Luís Trigacheiro.

Buba Espinho e Luís Trigacheiro são amigos de longa data, vizinhos de porta com porta, na cidade que os viu nascer, Beja. Conhecem-se há muitos anos e desde sempre acompanharam o percurso um do outro. O concerto do Santa Casa Alfama celebrou não só a amizade de tantos anos como também a celebrou dois patrimónios culturais imateriais da humanidade: o Cante Alentejano e o Fado, os géneros que unem estes dois jovens talentos. Fizeram parte do alinhamento temas como “Roubei-te um Beijo” de Buba Espinho e “Meu Nome É Saudade” de Luís Trigacheiro.

[Best_Wordpress_Gallery id=”877″ gal_title=”Buba Espinho e Luís Trigacheiro Santa Casa Alfama – Dia 1 – Alfama ©Luís M. Serrão – iNeews”]

De seguida, às 21h45, deu-se o concerto da artista Sara Correia, considerada, ao mesmo tempo, o presente e o futuro do nosso Fado.

Dona de uma voz arrebatadora, capaz de fazer uma síntese rara entre o lado mais bairrista do Fado e a sua faceta mais cosmopolita, é difícil falar dos últimos anos da nossa música sem referir o nome da jovem fadista. E a história entre Sara Correia e o Fado começou bem cedo, no momento em que bateu à porta de uma escola de fados, em Chelas, quando tinha apenas 9 anos de idade. A partir daí nunca mais parou de encontrar a sua própria voz, num processo de crescimento que culminaria no seu primeiro disco de originais, o homónimo editado em 2018.

O público e a crítica ficaram rendidos a temas como “Quando o Fado Passa” ou a sua versão de “Fado Português”. E bastaram dois anos para Sara Correia voltar aos discos, desta feita com o registo “Do Coração”. Depois de ouvir, não restam dúvidas de que tudo o que ali é cantado veio mesmo do coração da fadista. “Antes que digas adeus” ou “Dizer não” foram alguns dos temas novos que compuseram o alinhamento de dia 24 de setembro.

[Best_Wordpress_Gallery id=”878″ gal_title=”Sara Correia – Santa Casa Alfama – Dia 1 – Alfama ©Luís M. Serrão – iNeews”]

A fechar o primeiro dia, no palco principal, pudemos ouvir o concerto de um dos mais conceituados artistas nacionais, Camané.

O primeiro contacto de Camané com o Fado ocorreu um pouco por acaso quando, durante a recuperação de uma maleita infantil, se embrenhou na coleção de discos dos pais e descobriu os grandes nomes do Fado: Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Lucília do Carmo, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, Carlos do Carmo, entre outros. E a herança destes grandes nomes ficou para sempre consigo, forjando a sua própria identidade artística, sempre em diálogo com essa tradição para a qual também viria a dar o seu contributo. Desde esses primeiros contactos com o Fado até à vitória no evento “Grande Noite do Fado”, em 1979, foi um pequeno passo. Na sequência desta participação gravou alguns trabalhos e efetuou diversas apresentações públicas. E esse foi o pontapé de saída para uma carreira fulgurante, com inúmeros prémios, atuações um pouco por todo o mundo, o reconhecimento da crítica, o respeito dos seus pares e, mais importante, o amor do público português.

Registos como Na Linha da Vida” (1998), “Esta Coisa da Alma” (2000) ou “Sempre de Mim” (2008) ficaram para a história da sua carreira e da própria história da música popular portuguesa. Mas Camané não descansa à sombra do seu próprio sucesso, como provam os discos mais recentes, exemplos de como consolidar uma linguagem sem nunca perder o entusiasmo pelo novo: “Infinito Presente” (2015), “Camané – Canta Marceneiro” (2017) ou o mais recente “Aqui Está-se Sossegado” (2019), em colaboração com Mário Laginha.

[Best_Wordpress_Gallery id=”879″ gal_title=”Camané – Santa Casa Alfama – Dia 1 – Alfama ©Luís M. Serrão – iNeews”]

Mostrar Mais

mm

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo
error: Content is protected !!