Festival Santa Casa Alfama recebeu mais de 50 artistas, entre eles Camané, Sara Correia e Buba Espinho no palco Santa Casa
O Santa Casa Alfama tem lugar no bairro mais antigo de Lisboa, repleto de arquitetura magnífica e que transborda cultura. O festival contou com dez palcos espalhados pelo bairro de Alfama, incluindo igrejas, como as de S. Miguel e Santo Estêvão, e sociedades recreativas, como Boa União, Grupo Sportivo Adicence e Magalhães de Lima, instala-se ainda no Museu do Fado, e chega à frente ribeirinha com o palco principal, Santa Casa Alfama, e às janelas do largo S. Miguel.
Depois de uma edição dedicada a Amália Rodrigues, em ano de centenário da diva, a 9ª edição do Santa Casa Alfama, de 24 a 25 de setembro, homenageou outro grande nome do Fado e da música portuguesa: Carlos do Carmo. O ano de 2021 começou com a triste notícia do desaparecimento de alguém cuja voz se confunde com os últimos cinquenta anos de história do próprio país.
O terminal de cruzeiros acolheu assim uma projeção de videomapping sobre Carlos do Carmo, e uma exposição sobre o fadista, criador de êxitos como “Canoas do Tejo”, “Os Putos”, “Trem Desmantelado”, “Lisboa, Menina e Moça” e “Fado Anarda”, entre outros. É de salientar que todos os artistas que participaram no festival incluíram, pelo menos, 1 tema de Carlos do Carmo nos seus reportórios.
No primeiro dia, 24 de setembro, o Palco principal abriu pelas 20h30 com a atuação de Buba Espinho com a participação de Luís Trigacheiro.
[Best_Wordpress_Gallery id=”877″ gal_title=”Buba Espinho e Luís Trigacheiro Santa Casa Alfama – Dia 1 – Alfama ©Luís M. Serrão – iNeews”]
De seguida, às 21h45, deu-se o concerto da artista Sara Correia, considerada, ao mesmo tempo, o presente e o futuro do nosso Fado.
Dona de uma voz arrebatadora, capaz de fazer uma síntese rara entre o lado mais bairrista do Fado e a sua faceta mais cosmopolita, é difícil falar dos últimos anos da nossa música sem referir o nome da jovem fadista. E a história entre Sara Correia e o Fado começou bem cedo, no momento em que bateu à porta de uma escola de fados, em Chelas, quando tinha apenas 9 anos de idade. A partir daí nunca mais parou de encontrar a sua própria voz, num processo de crescimento que culminaria no seu primeiro disco de originais, o homónimo editado em 2018.
O público e a crítica ficaram rendidos a temas como “Quando o Fado Passa” ou a sua versão de “Fado Português”. E bastaram dois anos para Sara Correia voltar aos discos, desta feita com o registo “Do Coração”. Depois de ouvir, não restam dúvidas de que tudo o que ali é cantado veio mesmo do coração da fadista. “Antes que digas adeus” ou “Dizer não” foram alguns dos temas novos que compuseram o alinhamento de dia 24 de setembro.
[Best_Wordpress_Gallery id=”878″ gal_title=”Sara Correia – Santa Casa Alfama – Dia 1 – Alfama ©Luís M. Serrão – iNeews”]
A fechar o primeiro dia, no palco principal, pudemos ouvir o concerto de um dos mais conceituados artistas nacionais, Camané.