Maria Lamas e a sua obra, Natália Correia e o 49º aniversário do 25 de Abril na 3ª Edição “Abril no Feminino”
acontece em Coimbra
Abril no Feminino 5 a 27 de Abril de 2023 Coimbra
De cravo ao peito, com algum cheirinho a alecrim!
A 3ª Edição do “Abril no Feminino” vai decorrer entre os dias 5 e 27 de Abril, na cidade de Coimbra, em 5 espaços emblemáticos: Convento de São Francisco, Seminário Maior de Coimbra, Casa da Escrita, Museu Nacional de Machado de Castro e Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.
O evento continuará a promover uma programação plural e inclusiva focada essencialmente nas mulheres, através do Teatro, Cinema, Arte, Literatura, Poesia, Fotografia e Gastronomia.
Segundo Margarida Mendes Silva, produtora e autora do projecto, “o tempo de hoje, para muitas mulheres, neste violento e conturbado mundo, é ainda de “reclusão em céu aberto”. Conhecidas e anónimas fizeram a diferença e foram determinantes para a mudança, como lembra a presente edição. Mas há muito ainda a fazer. Não deixemos o futuro de lado.”
DESTAQUES 3ª EDIÇÃO
Num total de 9 actividades a percorrer o mês de Abril, os destaques são: a evocação de Maria Lamas e a sua obra, “As Mulheres do meu País”; o centenário de Natália Correia e o 49º aniversário do 25 de Abril.
A obra de Maria Lamas, figura cimeira do activismo político, será revisitada, setenta e cinco anos depois da sua publicação, pela escritora e jornalista Susana Moreira Marques e pela cineasta Marta Pessoa.
No centenário de Natália Correia, a sessão programada irá recordar a personalidade marcante e singular na sociedade portuguesa contemporânea, através do recital conduzido pelas actrizes Helena Faria e Teresa Faria.
O 49º aniversário do 25 de Abril será o motivo para dar voz às mulheres que lutaram pela liberdade em tempos de ditadura, com Joana Brandão.
A instalação “As Penélopes”, pela equipa Bairro dos Livros, as fotografias de Bárbara Marques, a conversa com Olga Cavaleiro e a palestra de Pedro Miguel Ferrão, completam o programa.
Exposição
Uma couve acaso tem beleza? de Bárbara Marque
De 5 de Abril até 28 de Maio
Museu Nacional de Machado de Castro
.Inauguração às 18h
.Entrada livre
Bárbara Marques descobriu o admirável mundo novo dos vegetais. Através da arte fotográfica, quis realçar a sua beleza e engrandecer a importância do lugar dos vegetais na nossa vida, para além da alimentação. Uma forma de elogiar os produtos da mãe natureza, que nos chegam pela mão dos agricultores, mas também de promover a importância da alimentação cuidada e saudável numa linguagem acessível.
“Afinal o que são para nós os vegetais? Serão apenas alimentos ricos em fibra, essenciais na digestão e que nos fornecem vitaminas e minerais? Ou seres nutridos de cores e formas únicas e singulares com espaço próprio no nosso quotidiano?”, pergunta a fotógrafa. As imagens que nos apresenta oferecem a resposta, através do seu pensamento e do seu olhar.
Serviço educativo/Palestra
Da vida dos vegetais.
Uma história da natureza-morta com Pedro Miguel Ferrão
13 de Abril às 17h00
Museu Nacional de Machado de Castro
.Repete no dia 16 de Abril às 11h
.Entrada livre sujeita à lotação da sala
.Necessária inscrição prévia
Considerado um género menor pela academia de pintura do séc. XVII – curiosamente na mesma época em que alcança o seu maior esplendor –, a natureza-morta atingiu, por vezes, uma dimensão complexa e multifacetada. Este género de pintura aborda temas muito diversificados, elegendo objetos produzidos pelo engenho humano, combinados ou não com modelos inanimados do mundo animal, mineral e vegetal – destacando-se deste último grupo os motivos que reproduzem flores, frutos e produtos hortícolas. Esta comunicação foi pensada em articulação com a exposição de fotografia de Bárbara Marques.
Pintura
Giuseppe Arcimboldo, Retrato com vegetais. O vendedor de hortaliças, 1587
Museo Civico Ala Ponzone
Duas versões
Conversa
Lenços pretos, chapéus de palha e brincos de ouro de Susana Moreira Marques
14 de Abril às 18h30
Seminário Maior de Coimbra
.Moderação de João Gobern
.Entrada livre sujeita à lotação da sala
Lenços pretos, chapéus de palha e brincos de ouro é um livro múltiplo: Um relato de viagem que tem como guia As mulheres do meu país, escrito no final dos anos 1940 por Maria Lamas, figura de proa do activismo político em Portugal.
Um ensaio sobre os textos que as mulheres não escreveram e as vidas que elas não viveram, e que poderiam ter mudado a visão da História.
A narrativa autobiográfica de uma escritora que tenta encontrar e desvendar a sua própria história nas histórias das mulheres anónimas que povoam o nosso imaginário.
Susana Moreira Marques viaja pelas aldeias ruidosas do passado e as aldeias museu do presente; passa por hotéis modernos aonde já chegou o progresso de ter um quarto só para si; encontra mulheres que ainda vivem no silêncio de antigamente; procura registar velhas memórias e fazer perguntas que sejam úteis hoje: começa a desenhar as mulheres do país do futuro.
3 imagens – Porto Estação. Créditos Maria Lamas
Susana Moreira Marques créditos da foto: Fondation Jan Michalski © Wiktoria Bosc
Cinema
Um nome para o que sou de Marta Pessoa
15 de Abril às 15h
Seminário Maior de Coimbra
.No final da sessão conversa com o público na presença da realizadora e da autora do texto e narradora
.Entrada livre sujeita à lotação da sala
Marta Pessoa
Entre 1947 e 1949, a escritora Maria Lamas percorreu o país para dar a conhecer a realidade em que viviam as mulheres portuguesas. O resultado deste périplo foi o livro “As Mulheres do Meu País”. Passados mais de 70 anos, a realizadora Marta Pessoa e a escritora Susana Moreira Marques procuram compreender que livro é este e o que nos pode dizer hoje. “Um nome para o que sou” é um filme sobre um livro e sobre o movimento que ele opera em nós quando o lemos.
Susana Moreira Marques
Maria Lamas
Conversa
O Conto da Couve, Fios de Luz e de Sombra com Olga Cavaleiro
20 de Abril às 18h
Museu Nacional de Machado de Castro
.Entrada livre sujeita à lotação da sala
Pelas viagens que realiza, Olga Cavaleiro descobriu um Portugal Gastronómico pleno de pronúncias alimentares onde a mesa tem as marcas da geografia e é ponto de chegada de uma história da fome e da abundância. Fascinada pelas diferenças das cozinhas regionais, vai ao encontro das singularidades que constroem linhas invisíveis que atravessam o território do nosso Portugal.
A criatividade e a inovação na cozinha apresentam-se como momentos naturais na longa aventura alimentar das comunidades. Investigar dá-nos as respostas e ajuda-nos a preparar o futuro.
Uma conversa, uma viagem e, no fim do destino, um conto que se come e se saboreia.
Olga Cavaleiro
Instalação/Conversa
As Penélopes
De 21 de Abril até 28 de Maio
Museu da Ciência
.Início às 18h
.Entrada livre
O livro As Penélopes reúne textos literários originais de um conjunto de doze autoras desafiadas a escrever a partir da figura de Penélope e do património da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim, para fazer uma homenagem ao Feminino. O projeto artístico colaborativo do Bairro dos Livros faz dialogar a Literatura com a arte do Bordado, numa instalação contemporânea criada com camisolas poveiras que interpretam as várias histórias publicadas nesta edição. O bordado usado na instalação As Penélopes, executado pelas tricotadeiras do Grupo de Amigos do Museu de Etnografia e História da Póvoa do Varzim, conjuga os tradicionais símbolos do padrão típico da Póvoa de Varzim com imagens retiradas dos textos originais escritos para esta obra.
O projeto mereceu a distinção internacional European Heritage Days, tendo sido selecionado em 2022 como uma das vinte melhores história europeias.
Bairro dos Livros
Recital
Natália, Mulher Coragem com Helena e Teresa Faria
22 de Abril às 18h00
Casa da Escrita
.Entrada livre sujeita à lotação da sala
“Os meus heróis na vida real são os que desafiam a lei em nome de um ideal”.
Natália Correia por José António Correia
Em ano de centenário, o evento recorda Natália Correia. Personalidade singular da história contemporânea, destacou-se na sociedade portuguesa pela sua inteligência, fulgor criativo e atitude combativa. Destemida, indomável, dramática, inquieta (e inquietante!), sedutora, corajosa, subversiva. Evidenciou-se na literatura, na poesia e na acção política. Neste recital, pelas vozes das atrizes Helena Faria e Teresa Faria, será dado palco às suas palavras, à sua prosa e à sua poesia. Trinta anos depois do seu desaparecimento, a recordação de Natália Correia, para quem a morte, “é só invisibilidade”. Viva Natália!
Teresa e Helena Faria
Teatro
“Coragem Hoje, Abraços Amanhã” com Joana Brandã
27 de Abril às 18h00
Black Box – Convento São Francisco
.Os bilhetes encontram-se à venda em Bol.pt e na bilheteira do Convento São Francisco.
.Preço único: 10,00 €
“Coragem Hoje, Abraços Amanhã” parte de testemunhos reais, cartas e memórias de mulheres que estiveram presas pela PIDE durante o período do Estado Novo, expondo o lado pessoal de vivências desumanas experienciadas por aquelas mulheres. Para que a memória permaneça.
Confirme sempre junto da sala de espetáculos ou promotor as condições de acesso, confirmação da data ou horário, local de venda dos bilhetes, preço e disponibilidade.
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