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Membros da Scientist Rebellion Portugal protestam contra a inação do governo

Na madrugada de 1 de dezembro, várias estátuas e monumentos lisboetas acordaram com um aspeto diferente. Esta mudança de visual foi levada a cabo por membros da Scientist Rebellion Portugal em protesto contra o que consideram ser uma falha de liderança por parte dos nossos governantes na luta contra a catástrofe climática.

A Scientist Rebellion Portugal defende que a inação e a falta de soluções dos nossos líderes políticos levaram a que o controlo de importantes órgãos, como a COP (Conferência das Partes da ONU para as Alterações Climáticas), tenha caído nas mãos de interesses privados e de empresas de combustíveis fósseis. Demonstração disso é o facto de o Presidente da COP28 ser o CEO da Empresa de Petróleo do Abu Dhabi. Defende ainda que não existe um esforço sério por parte dos governos mundiais em assegurar o cumprimento dos compromissos do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global preferencialmente a 1.5ºC e que, por isso, é chegada a hora da população decidir o seu futuro.

Teresa Santos, bióloga, que participou neste protesto disse: “Tal como as várias estátuas e bustos espalhados pela cidade, também os nossos líderes estão de olhos tapados, vendados pelos lobistas e interesses privados de grandes empresas poluentes – sejam elas do setor fóssil ou responsáveis pela mineração do lítio e de outros recursos naturais”. Para além de vendar várias obras de arte, membros do grupo colocaram também nas estátuas cartazes a denunciar o fracasso da COP e dos governantes, e a apelar à adesão ao movimento climático. Os cartazes incluíam frases como “Quanto mais fracasso até agirmos?” e “Quanto mais fogos até agirmos?”, acompanhadas de dados científicos como “[expectável] Aumento de 1,5ºC até 2052 (IPCC 2022). [Expectável] Aumento de 2,9ºC até 2100 (ONU Emissions Gap 2023)”. Não foi feito qualquer estrago às estátuas.

Este protesto está inserido na campanha mundial How Much More (Quanto Mais) com várias ações a decorrer em outros países por todo o mundo. Esta campanha tem por âmbito realçar que nenhum país está a agir de acordo com as metas traçadas no Acordo de Paris apesar de alegações contrárias, e exigir que o façam. De facto, apesar de afirmarem ser imprescindível a eliminação do uso de combustíveis fósseis, vários dos países mais ricos e mais poluentes continuam a subsidiar combustíveis fósseis e a aprovar a expansão de exploração de petróleo e gás. Em Portugal, os membros da Scientist Rebellion também exigem que sejam instituídas assembleias de cidadãos a nível local e nacional e que as decisões das mesmas sejam vinculativas. Exigem também:

1. Eletricidade 100% gerada por fontes de energia renovável até 2025;

2. O fim da economia fóssil / descarbonização completa da economia até 2030;

3. Que a transição energética e a descarbonização da economia sejam guiadas pelo interesse público, com proteção dos trabalhadores das indústrias a serem desmanteladas, em vez de ditadas por interesses privados, como tem acontecido no nosso país;

4. O fim imediato de quaisquer subsídios a empresas do setor fóssil;

5. A proibição imediata de voos em jatos privados.

A Scientist Rebellion Portugal convoca todas as pessoas para a manifestação de resistência climática que irá decorrer no dia 9 de dezembro, às 14h, em Lisboa.

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