A uma aluna do mestrado da Universidade Portucalense “Património Artístico, Conservação e Restauro”, Marta Arreiol, coube-lhe acompanhar o restauro de uma pintura do renomado Francisco José Resende, pintor romântico portuense do século XIX, e também Pai de Clara de Resende.
[dropcap]O[/dropcap] artista, que sempre teve um enorme significado para a cidade do Porto, e pintava retratos, paisagens e temas religiosos, ficou para sempre conhecido pela sua excelência em retratar costumes populares. A obra em questão, restaurada por Artur Jaime Duarte na Clínica de Conservação e Restauro da Universidade com a colaboração do 2º ciclo em Património Artístico, Conservação e Restauro, trata-se de um uma pintura a óleo sobre tela de 115,3 cm de altura e 79 cm de largura, datada de 1890, data visível junto à assinatura do pintor.
A obra em estudo é um retrato frontal de uma figura feminina, representada em pé, em frente a um fundo claro. O estado de conservação desta pintura era bastante mau, muito provavelmente devido ao seu passado trágico e ao seu lugar de exposição.
“O suporte apresentava vários rasgões e lacunas, onde no seu verso era possível ver dois remendos anteriormente feitos. A camada policroma apresentava ainda bastante sujidade acumulada, vestígios de atividades de fungos, lacunas e algum desgaste pontual. O verniz mostrava-se bastante oxidado o que provocou a alteração das cores em toda a pintura”, explica.
Nesta intervenção, seguiram-se os princípios básicos deontológicos da conservação e restauro, onde se respeitou a identidade original e histórica da obra. A escolha e respetiva utilização dos materiais e técnicas durante toda a intervenção teve em consideração fatores como a originalidade, a compatibilidade e a reversibilidade.
A Clínica de Conservação e Restauro da Universidade Portucalense tem vindo a restaurar várias obras de grande interesse e importância histórica, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Amarante, onde posteriormente as pinturas irão ser expostas.