Já são conhecidos os vencedores de cinema do Festival Política
O Festival Política, o maior evento dedicado aos direitos humanos e cidadania, de entrada gratuita, a decorrer em Portugal, termina a sua edição de 2024 em Coimbra este sábado, dia 23 de novembro. “Monte Clérigo”, “Místida” e “A Cor da Liberdade” ganham prémios na secção competitiva de cinema do festival.
O Festival Política anuncia nesta sexta-feira à noite, no Convento São Francisco, em Coimbra, os vencedores da secção de cinema. O festival, que em 2024 decorreu em Lisboa, Braga, Coimbra e Loulé, consagra três produções nacionais: “Monte Clérigo”, “Místida” e “A Cor da Liberdade”.
“Monte Clérigo”, de Luís Campos, venceu o Prémio do Júri – Filme do Ano. Esta fição acompanha um adolescente que desperdiça o seu verão com trabalho forçado numa torre de vigia florestal, indiferente aos trabalhadores imigrantes das estufas que o rodeiam. À procura de um relógio perdido, este adolescente acaba por se encontrar no lado dos invisíveis. Uma reflexão sobre as condições de trabalho e uma realidade cada vez mais quotidiana. Pedro Laginha, Filipe Amorim, Gonçalo Almeida, Kelly Bailey, Aayush Kandel, Paula Lobo Antunes, Pedro Pernas integram o elenco.
O vencedor do Prémio do Público foi “A cor da liberdade”, de Julio Pereira. Este documentário parte da história de José Pedro Soares, ex-preso político que foi detido e torturado pela PIDE entre 1971 e 1974, e contextualiza Portugal e a sua realidade social à época, através das memórias de ex-presos políticos, historiadores, jornalistas e artistas. “A cor da liberdade”, que obteve mais votos entre o público que assistiu às sessões de cinema, uma mensagem de luta e diferentes formas de resistência que é urgente conhecer e preservar.
O Prémio Futuro, atribuído produções de realizadores até 30 anos, foi para “Místida”, de Falcão Nhaga. Nesta ficção, uma mãe imigrante liga ao filho para que a ajude a carregar os sacos de compras até casa. Durante o percurso, os dois conversam sobre o futuro e as questões que os assolam. Desenvolvido na Escola Superior de Teatro e Cinema, “Místida” conta com interpretações de Bia Gomes e Welket Bungué.
Este ano, o Festival Política totalizou 15 dias de atividades gratuitas em Lisboa (Cinema São Jorge), Braga (Centro de Juventude), Coimbra (Convento São Francisco) e Loulé (Cineteatro Louletano), além de um ciclo de cinema em Grândola (Cineteatro Grandolense). A programação foi composta por 85 iniciativas, entre cinema, performances, música, humor, exposições, conversas e atividades para crianças, que contaram com mais de cinco mil participantes.
No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a programação do Festival Política teve como tema central a intervenção, tendo convocado artistas, jovens, criadores, académicos e ativistas a desenvolverem propostas e reflexões focadas na necessidade de aumentar a participação dos cidadãos nas instituições, nos atos eleitorais e nas suas comunidades.
O périplo nacional do Festival Política 2024 termina este sábado no Convento São Francisco, em Coimbra. A jornalista Ana Cristina Pereira dinamiza a conversa dinâmica “Todas as vozes”, onde partilha a sua reflexão sobre a importância de escutar quem não está nos centros de poder e a responsabilidade de informar e documentar o presente (16h). Catarina Pastilha (17h45) apresenta “Dar Voz à Sombra”, que pretende dar palco às ideias e emoções de pessoas que vivem na penumbra da sociedade. Djam Negiun apresenta “AMI.LCAR”, um espetáculo inspirado na vida e obra de Amílcar Cabral (23 de novembro, 18h30). Hugo van der Ding assegura o espetáculo de humor. “O que importa é participar” (21h30). A fechar a noite, será exibida a sessão de curtas-metragens “Maiores de 18”.
Confirme sempre junto da sala de espetáculos ou promotor as condições de acesso, confirmação da data ou horário, local de venda dos bilhetes, preço e disponibilidade.
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