Os 30 jovens do programa SLI – Sustainable Living Innovators estiveram hoje no Parque da Cidade, no Porto, a medir o carbono capturado pelas árvores usando imagens recolhidas por drones que cruzam, depois, com as imagens de satélite.
O objetivo foi mostrar aos jovens do SLI que tipo de informação é possível obter a partir dos satélites, através de um caso concreto, e realizar um processo de fusão de dados, utilizando várias fontes para medir o carbono sequestrado.
“Convidamos os jovens do SLI a medir o carbono capturado nas árvores do Parque da Cidade através de três métodos diferentes, alguns deles complementares. Primeiro realizando um voo de drone que irá tirar várias imagens aéreas de ângulos diferentes; depois, medindo, registando e georreferenciando diferentes árvores através de uma aplicação móvel. Finalmente, vamos apontar o ‘nosso’ satélite GEOSAT-2, de muito alta-resolução (menos de 1m/pixel) e registar uma imagem desta zona”, explica André Dias, diretor da área do Espaço do CEiiA.
“A forma mais exata de medir carbono é medindo as árvores, em particular a sua altura e o diâmetro dos seus troncos, e identificando a espécie. Mas não é viável estarmos sempre a medir no terreno. É aqui que entra a inteligência artificial. Através de um processo de fusão de dados, podemos desenvolver modelos cada vez mais precisos que aprendem com dados reais no terreno e permitem medir de forma indireta o carbono, de forma contínua”, acrescenta.
“O Espaço, em particular os satélites, é a única ferramenta verdadeiramente global que nos permite monitorizar qualquer região do planeta, de forma ‘quase’ contínua. Colecionando dados no terreno, observando a Terra a partir do Espaço, conseguimos utilizar IA para medir carbono continuamente”, conclui o diretor da área do Espaço.
A sustentabilidade é o principal fio condutor de todas as atividades do CEiiA. Quando abraçámos o desafio do Espaço, começámos a procurar respostas para a mesma pergunta que colocamos aos jovens do SLI: Como é que as tecnologias do Espaço podem ajudar a resolver os problemas na Terra?. É para dar resposta a esta questão que o CEiiA hoje desenvolve aplicações que usam, entre outros, imagens de observação da Terra para estimar carbono sequestrado em florestas.
No CEiiA, estamos hoje a desenvolver uma cadeia de valor a partir de Portugal para o Novo Espaço, desde o upstream (lançadores, como é o caso do RFA ONE; e satélites de muito alta resolução que serão integrados na empresa NEO, em parceria com players internacionais, para substituir o GEOSAT-1 e GEOSAT-2) ao midstream (operação com a nossa GEOSAT – um dos dois operadores de muito alta resolução da Europa) até ao downstream (aplicações para as tecnologias de Observação da Terra).
Estes desafios que colocamos aos nossos jovens do SLI são também os nossos desafios de resolver os problemas da Terra usando fusão de dados e IA entre imagens e sensores para por exemplo aplicações como a sustentabilidade, a desminagem, as infraestruturas críticas e a monitorização.
Sobre o Programa SLI – Sustainable Living Innovators
O SLI, promovido pelo CEiiA, é um programa de formação avançado de jovens, a partir do 10º ano, orientado para a valorização do conhecimento e da tecnologia em prol da qualidade de vida e da sustentabilidade do Planeta.
A 5ª Edição do SLI envolve 30 participantes de escolas e universidades de todo o país, incluindo os elementos de uma das equipas vencedoras da 11ª edição do CanSat, que nas próximas quatro semanas vão trabalhar com profissionais do CEiiA, e com especialistas nacionais e internacionais, da área do Espaço.
A missão consiste em usar as tecnologias espaciais para resolver problemas da Terra, que passam pela quantificação de emissões de carbono nas cidades, pela minimização dos efeitos de uma Guerra, como a identificação de campos de minas em cenários de conflito, ou pela monitorização de infraestruturas críticas.
Até ao dia 9 de agosto, os jovens são desafiados a desenvolver um conceito de produto ou serviço, desde a ideia ao protótipo, na ótica da sustentabilidade, da segurança e ajuda humanitária, das infraestruturas críticas e da monitorização de operações.
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