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Tecnologia inovadora para o tratamento do cancro

Consórcio europeu integrado pela Universidade de Coimbra recebe 16 milhões de euros para desenvolver tratamento

O Accelerate.EU, consórcio europeu integrado pela Universidade de Coimbra (UC), vai ser financiado com 16 milhões de euros para desenvolver, testar e distribuir uma tecnologia inovadora para melhorar o tratamento do cancro na Europa.

O projeto pretende criar uma rede europeia de centros de investigação, hospitais e empresas que promovam o acesso de doentes a técnicas avançadas para o tratamento do cancro – especialmente para os mais agressivos, como o cancro da mama triplo negativo, o cancro do pâncreas ou o glioblastoma.

Mais concretamente, vai ser desenvolvida uma forma de terapia alfa – baseada no Ástato-211 (211At), um radioisótopo muito promissor na área da medicina nuclear –, uma estratégica terapêutica inovadora que permite ‘atacar’ diretamente as células cancerígenas, de forma a aliviar sintomas e a interromper a progressão da doença. Para o desenvolvimento desta terapia são utilizados aceleradores de partículas – ciclotrões –, equipamentos de ponta que permitem a produção de radiofármacos para utilização, nomeadamente, em oncologia.

Este projeto, que vai decorrer ao longo de cinco anos, junta 17 instituições e empresas oriundas de nove países. É financiado por fundos da Comissão Europeia, no âmbito da Innovative Health Initiative (8 milhões), e por vários parceiros da indústria (que financiam também com 8 milhões). O Accelerate.EU é liderado pela multinacional belga IBA Radiopharma Solutions e pelo Hospital Universitário de BruxelasInstituto Jules Bordet, e conta com a colaboração do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC.

“Este ambicioso e inovador projeto combina o conhecimento académico com a inovação industrial para a criação de novos agentes terapêuticos que possam suprir necessidades clínicas em toda a Europa no que diz às terapêuticas oncológicas, melhorando, assim, a vida das pessoas com cancro”, destaca o diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa. “Além de toda a investigação e ensaios que serão desenvolvidos no âmbito do Accelerate.EU, pretende-se ainda criar uma rede de produção do 211At destinada a unidades hospitalares face ao seu potencial de tratamento altamente promissor”, acrescenta.

O Accelerate.EU pretende, igualmente, assegurar a formação e o treino continuo de profissionais, assegurando, desta forma, o conhecimento e a implementação desta solução inovadora e garantindo a disseminação de conhecimento na área da medicina nuclear.

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