O Teatro das Beiras vai estar no TMJB, com A força do hábito, de Thomas Bernhard. O espetáculo tem encenação de Nuno Carinhas, e vai estar em cena nos dias 19, 20, e 21 de novembro.
Garibaldi, director tirânico de um circo, esforça-se em vão para que a sua trupe toque com perfeição A truta, de Schubert. Mas os incidentes acumulam-se, num gague circense de tentativas desesperadas para tocar em conjunto. Aparentemente, a única coisa que conseguem fazer é destruir quotidianamente a obra-prima do compositor (não por acaso) austríaco. Porém, é preciso ensaiar – todos os dias ensaiar. Ensaiar como forma de enfrentar a morte. “Não resta senão entrar com o arco a tocar pela morte adentro”, diz Garibaldi.
Thomas Bernhard (1931-1989), cuja escrita fixou com brilho e modernidade a circularidade robusta das obsessões, fez em A força do hábito «um retrato de artistas relutantes. Exilados, ambulantes, os artistas odeiam-se entre si, não se entendem, embora precisem uns dos outros para tocar em conjunto, para continuarem vivos. Sentidos alerta: um passo em falso e é a morte do artista. De terra em terra, de estação a estação, a viagem com esperança no infinitamente difícil, no inatingível. Uma homenagem de Bernhard às gentes do teatro, do circo e da música, com verrina e ternura.» (Nuno Carinhas)
Nascido em 1974 na Covilhã, o Teatro das Beiras – originalmente concebido como um projecto de descentralização teatral para a Beira Interior – profissionalizou-se em 1994. Com base na tradução assinada por Alberto Pimenta, esta criação de A força do hábito assinala uma dupla estreia de Nuno Carinhas: trata-se da primeira vez do encenador à frente do elenco do Teatro das Beiras e, em simultâneo, da sua primeira encenação de um texto de Bernhard. Também pintor, cenógrafo e figurinista, Carinhas dirigiu o Teatro Nacional São João (TNSJ) entre 2009 e 2018.
A força do hábito (Sala experimental, dias 19, 20 e 21 de Novembro de 2021, sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 16h) M/12 | 80 m | Preço: entre 7€ e 10€ (Clube de Amigos: 5€)
Texto de Thomas Bernhard
Encenação de Nuno Carinhas
Tradução Alberto Pimenta
Cenografia e figurinos Luís Mouro
Apoio musical Maria Gomes, Rogério Peixinho
Desenho de luz Fernando Sena
Interpretação Fernando Landeira, Roberto Jácome, Sílvia Morais, Susana Gouveia, Tiago Moreira
Operação de luz e som Hâmbar de Sousa
Carpintaria Pedro Melfe
Produção Celina Gonçalves
Mais informações em ctalmada.pt.