A música de Maria Soromenho diz Callaz à frente, pseudónimo com o qual assina o seu percurso artístico desde 2017. Aprendeu a misturar sons sozinha, dando à sua linguagem musical o barulho de fundo próprio da autonomia.
“Queima Essa Ideia” (2020), “Living in a Garage” (2021) e “Galazaar” (2022) são os títulos dos singles que compôs durante o tempo que esteve em Berlim, produzidos pela artista Ah! Kosmos. O quarto tema da colaboração com a artista baseada em Berlim chama-se “Am-dram” e é agora apresentado como prelúdio da intenção de experimentar novas ideias na performance em palco.
O processo de Callaz na escrita e composição do tema “Am-dram” carrega as experiências da própria artista durante o Verão de 2022 passado em Antuérpia. Gravado e misturado num dia, no Fuu Studio Berlin e com teledisco realizado por Guilherme Valente, “Am-dram” é uma composição eletrónica, escrita em português, lo-fi, intensa e um prelúdio da intenção de experimentar novas ideias, tal como o titulo sugere: “Amateur Dramatic”.
Callaz conta já com dois LPs e dois EPs, compostos e produzidos em diversos pontos da Europa e Estados Unidos, que têm subido aos palcos de tantas cidades como as que fazem parte da sua geografia afetiva e da história de cada uma das suas obras.
No primeiro EP, Beer, Dog Shit & Chanel N°5 (2017), coleção de cinco faixas produzida por Filipe Paes, estreia-se com um enredo aparentemente solarengo no qual picos de ansiedade, memórias turvas e afetos sobem ao palco sob um filtro retro. Sentem-se ecos do pesar melancólico de Nico e indícios de uma vontade pop experimental a que assistiríamos com The Space Lady.
Volvido um ano da sua estreia, Callaz edita o seu segundo EP Gaslight (2018), uma produção a cargo de Primeira Dama e Chinaskee, no qual se confirmam as ambições do primeiro EP. Tanto são aprofundados os devaneios e conclusões tirados a partir de experiências na primeira pessoa, como são poetizadas em canção figuras como Florbela Espanca ou Mary Landon Baker.
Após o lançamento de Gaslight, Callaz toca pela primeira vez fora de Portugal, em Los Angeles. É nesta viagem que começa a desenvolver a matéria prima que mais tarde se torna o seu primeiro disco. Inicia um longo processo de experimentação: as músicas são escritas ao longo de vários meses e exploradas ao vivo em vários sítios da Europa.
É nesse panorama que edita o auto-intitulado disco de estreia, Callaz (2020). Produzido em Lisboa por Adriano Cintra, agrupa dez temas numa cativante e imaginativa fusão de pop eletrónico e indie rock, com refrões incisivos e canções enraizadas na escuridão dançante a que já nos habituou.
No seu último disco, Dead Flowers & Cat Piss (2021), percorre o espectro que liga o pop eletrónico da pista de dança à sonoridade contemplativa de quem compõe sozinha no quarto. Produzido por Helena Fagundes, numa colaboração espontânea durante o confinamento, o disco junta 10 temas que revelam a vontade de experimentação, não só de ritmo e melodia, mas também de constante remodelação do seu processo criativo.
Callaz tocou ao vivo em Lisboa, Los Angeles, Malmö, Reykjavík, Berlim, Madrid, Bruxelas e fez uma digressão em Nova Iorque dando concertos em prestigiadas salas como The Bowery Electric e Rockwood Music Hall.
Siga-nos nas redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e TikTok e veja os nossos conteúdos exclusivos.