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Cientistas apresentam solução para ajudar na deteção precoce dos picos da pandemia

[dropcap]U[/dropcap]m estudo internacional publicado na Scientific Reports, revista do grupo Nature, demonstrou que um novo formato de análise dos modelos matemáticos ajudaria na deteção precoce e previsão de diferentes tipos de cancro em desenvolvimento e pandemias.

Liderado por Paulo Rocha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e Lode Vandamme, da Universidade de Eindhoven (Holanda), o estudo fornece à comunidade científica que trabalha com este tipo de modelos matemáticos um novo formato de leitura dos dados, mais precisamente, numa escala logarítmica e linear, designada “log-lin”.

«Nós explorámos o modelo matemático mais frequentemente utilizado pela comunidade científica, um modelo proposto por Verhulst, e verificámos que, se interpretarmos os dados desta forma (“log-lin”) e não nos formatos convencionais, consegue-se obter informação que permite a deteção precoce não só dos picos de pandemias, mas também do desenvolvimento de vários tipos de cancro, embora em escalas temporais muito diferentes», explica Paulo Rocha.

Paulo Rocha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC)

O cientista da FCTUC afirma que «este artigo científico sugere à comunidade científica que trabalha com este tipo de modelos que passe a usar este formato de análise». Atendendo à situação pandémica que vivemos, este estudo pode permitir «detetar mais atempadamente quando os picos da pandemia vão surgir», salienta. 

«O cancro e as pandemias são duas das principais causas de morte em todo o mundo e representam, atualmente, uma severa preocupação global. Para ambos os cenários, a deteção precoce e respetiva previsão são críticas. O nosso trabalho mostra que, em pandemias e cancros, problemas semelhantes podem ser resolvidos e sinalizados em tempo útil, usando modelos matemáticos e físicos análogos», nota o investigador, acrescentando que estes modelos «podem sinalizar, oportunamente, o aparecimento de picos epidemiológicos – atualmente importantes para a previsão do segundo e terceiro picos de COVID-19 -, além de resumir dados vitais para entidades governamentais e cidadãos».

Outro dado importante do estudo é o facto de o modelo de análise proposto por este grupo de cientistas revelar que o «movimento browniano explica as regras de comportamento numa pandemia e enfatiza a importância do confinamento, distanciamento social, máscaras, protetores faciais e ar condicionado».

Os resultados apresentados no artigo publicado, segundo os autores, definem um novo marco científico, «uma vez que a nossa investigação matemática entre cancros e pandemias revela uma correlação multifatorial entre ambas as fragilidades e ajuda a compreender, prever em tempo oportuno e, em última análise, diminuir o obstáculo socioeconómico de doenças oncológicas e pandemias».

Esta investigação matemática possui um amplo e importante impacto científico com relevância técnica e constitui uma relevante contribuição, tanto para a comunidade científica como também para a população em geral. 

Artigo completo aqui.

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