“Ladrões no Pomar” é o novo tema de ET TOI MICHEL, nome com que se apresenta a solo João Mota, músico setubalense da banda Um Corpo Estranho.
ET TOI MICHEL deu os primeiros passos no primeiro trimestre de 2020 com o lançamento do single “A Montanha”. Seguiu-se “Canção de outra invenção”, lançada no mesmo ano e volta, desta feita, aos lançamentos enquanto prepara o seu álbum de estreia para o final de 2021.
Segundo João Mota, o projecto nasce de algumas canções antigas que quis recuperar. De alguma forma sentiu que as devia apresentar a solo e num formato inspirado no contexto das artes cénicas. Daí surge a personagem Et Toi Michel, nome que retirou de um cumprimento jovial habitualmente feito por um familiar: «Et Toi Michel, tudo bem?».
“Cresci com o canto de protesto e com o canto de intervenção. Há muito que revisito esse universo e me inspiro nesses autores, mas nunca tinha escrito nada deliberadamente político. Sempre fugi um pouco disso. Mas estes são tempos extraordinários e senti que tinha alguma coisa a dizer. Por ser um projecto a solo e por sofrer de timidez de palco, resolvi criar o arquétipo de um mimo, ou de uma daquelas personagens pitorescas da comédia d’el arte”, avança o músico.
“Ladrões no Pomar” é um tema que se passeia entre o universo da música de intervenção portuguesa e uma folk que alude às paisagens sonoras de um Ennio Morricone.
A canção, conta João Mota, parte da necessidade de uma reflexão séria sobre os imediatos políticos e sociais que o país e o mundo atravessam, com todas as forças que ameaçam caminhar para discursos e lógicas de retrocesso civilizacional. Entre a metáfora e a sua habilidade de nos fazer rir de nós próprios e a fábula, esse modelo de Esopo que nos obriga a considerar as nossas acções, “Ladrões no Pomar” é um tema que questiona o surreal que nos rodeia e o tenebroso que se levanta.
O tema tem a produção de Sérgio Mendes, responsável por vários trabalhos de compositores de Setúbal como, Um Corpo Estranho, A Garota Não e Tio Rex, entre outros.
O vídeo é da realização de Leonardo Silva, responsável, também, pela componente de videoarte dos espectáculos ao vivo. A parceria à produção conta com Joana Bento e a ilustradora Paula Moita, que também figuram no vídeo. A Fotografia ficou a cargo de Helena Tomás e a capa digital da autoria de Paula Moita.