Realizou-se na passada sexta e sábado, dias 15 e 16 de outubro, a terceira edição do Festival Emergente, depois da edição de 2020, ter decorrido só num dia, com oito bandas, em 2021 o festival volta ao seu modelo original de dois dias, com um alinhamento repleto de bandas e autores emergentes, que mostraram o seu trabalho ao publico que se deslocou ao Capitólio.
O Festival Emergente procura apoiar a nova geração da músicos portugueses, sendo esta uma oportunidade que não deve ser desperdiçada, sendo que em Portugal não existem muitas para quem está a começar, especialmente num palco tão icónico e com excelentes condições técnicas.
Quem não pôde deslocar-se ao Capitólio teve a oportunidade de ver pelo Live Stage da Ticketline, com a receita desta transmissão reverter integralmente para a União Audiovisual.
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Dia 16 outubro
SOLAR CORONA (convidados)
Fruto do século XXI, os Solar Corona nasceram em 2013 desse borbulhar criativo de uma cidade – Barcelos – que tem mostrado ao país como se escreve rock com linhas tortas. Como deve ser.
Após a edição de três EPs entre 2013 e 2016, os Solar Corona chegaram a “Lightning One” em 2019, o primeiro longa-duração, fruto de anos de labor à procura do som que triunfasse nesta formação. Houve quem lhe chamasse o renascimento dos Solar Corona, eles preferiram chamar-lhe “o suor da conquista de uma sonoridade própria” influenciada por muitas transpirações de outros que os antecederam.
Neste “come-back” à capital, depois de uma “Lisbon-Call” inesperada para o final de festa do 3ª aniversário do Festival, os Solar Corona vêm abrir a janela para o disco sucessor de “Lightning One” e “Saint-Jean-de-Luz”, para voltarem a provar que se há som eternamente emergente é o deles, essa banda em tudo premonitória, que até anteviu simultaneamente o nome do vírus que abalou o mundo e o seu mais eficaz antidoto: uma tremenda descarga musical de Solar Corona!
No dia 16 de outubro, para mais tarde recordar, arregacem as mangas e tragam o “certificado de presença” a autografar por José Roberto Gomes (baixo), Peter Carvalho (bateria) Rodrigo Carvalho (guitarra/sintetizadores) e Nuno Loureiro (sampling/dub/sintetizadores), assinalando o dia em que o rock Solar venceu o Corona vírus. Não podemos esperar pela terceira dose!
HUMANA TARANJA (Open Call)
Os Humana Taranja, oriundos do Barreiro, são o projeto artístico de Guilherme Firmino. De um modo geral, os Humana Taranja trazem na mala a tranquilidade de cantigas que flutuam sobre águas menos agitadas. Mas, inundam também o palco de ritmos desarrumados, revelando uma descarga elétrica de canções que tomaram a sua dose de hiperactividade. Servem melodias com mel e pimenta, e transportam com eles um serão agitado do qual não vais poder fugir. Guilherme Firmino é o vocalista principal e está encarregue da guitarra rítmica, Marta Inverno dá vida ao baixo e integra o coro, David Yala Rodrigues é o responsável pela guitarra lead, Filipa da Silva Pina aventura-se no teclado e enquanto voz secundária, e Afonso Ferreira dita o tempo na bateria enquanto auxilia o coro. No Festival Emergente os Humana Taranja vão ter a oportunidade de apresentar alguns dos temas do seu próximo álbum “ZAFIRA”, a ser lançado no próximo ano.
LOS CHAPOS (Open Call – escolha do júri)
Los Chapos é uma banda de quatro elementos de Leiria que explora os sons do passado, começando no psicadelismo dos 60 até ao ruído etéreo dos 90. Gonçalo Salgado (voz e guitarra) começa a fazer visitas regulares a Vasco Cepêda (guitarra) para falarem e comporem música. Pouco depois estão num apartamento com João Baleizão (bateria) a ensaiar. Os vizinhos não acham muita graça, ao contrário de Hugo Dionísio (Baixo) que completa a profecia de formar uma banda. A banda apresenta-se no festival Emergente para dar o seu terceiro concerto numa das salas mais respeitadas do país.
CAIO (convidado)
Com novo álbum no horizonte, CAIO atraca no Festival Emergente repleto de novas histórias e muitas novidades. Histórias de catarse e superação em capítulos que sangram uma visão crua do que é o amor, do bom que nos traz e do mal que nos faz e das várias paragens rumo a um porto seguro onde, o olhar para trás, já não doi.
Com dois singles editados em 2020, em “Madrugada” sentimos o ar denso e pejado de penumbra, em “Amanhã” sentimos a incerteza e o arrebatamento pelos pequenos prazeres que nos alheiam dos problemas sem nunca nos desviar do bater de frente com a realidade do que somos e, principalmente, do que sentimos ser. “Travessia”, o novo álbum a editar em 2022, será Caio repleto de falhas e erros, de honestidade e humildade, que nos ensina mais e mais sobre o que é ser humano e sensorial.
APRIL MARMARA (convidada)
April Marmara é o nome com que Beatriz Diniz assina canções que carregam elegância na voz e um tom onírico, contador de epopeias imaginadas e romances vividos e prima por demonstrar um dom natural – e por isso muito honesto – na composição. As canções de “New Home”, o LP de estreia, são construídas pelo mistério por trás da voz que se encontra com as letras e com o universo que evoca, juntando-se ora ao mais delicado dedilhar, ora ao mais furioso riff, de modo mais acústico ou mais eléctrico. April Marmara consegue assim entregar uma identidade segura e reveladora: comunica uma essência melódica inusitada, evitando lugares comuns ou caminhos previsíveis e ainda assim criando elo suficiente para estabelecer uma certa familiaridade.
BILOBA (Open Call – escolha do júri)
Biloba é um projeto musical criado no final de 2019, em Lisboa. O quinteto atravessa as paisagens do Indie Rock, com um repertório cantado em português e francês. Dois guitarristas (Simão Bárcia e Diogo Lourenço), um baterista (Miguel Fernández), uma cantora e teclista (Nazaré da Silva), e o cantor/baixista Francisco Nogueira formam o grupo. Tendo todos bases académicas no Jazz permitem-se individualizar no género Indie, desconstruindo possíveis clichês.
BIA MARIA (convidada)
Beatriz Pereira é a voz e mente deste projeto. Nascida e criada em terras Oureenses, iniciou os estudos musicais desde cedo na escola local. Durante a licenciatura em Formação Musical e Direção Coral pela ESML, decidiu que estava na altura de o mundo ouvir a sua voz e as mil e uma ideias que correm por segundo na sua cabeça.
“Mal me queres, bem te quero” (2019) – É o nome da coletânea de canções, que cruza a história de Maria e José pelas palavras de Maria, que falam sobretudo de amor. Começa por “Brócolos com Queijo”, que marca o início do conto e impulsiona a melancolia, mas também a felicidade que viria dele a fazer parte. A obra é uma metáfora para o mundo real, para os desgostos, as relações que acontecem e as que não chegam a acontecer.
Em “Tradição” (2020) – Bia Maria decide voltar às suas raízes, e às do povo, para não as deixar cair no esquecimento. O EP, produzido em colaboração com a MPAGDP, conta com músicas populares interpretadas pela artista, que lhes dá o seu cunho pessoal envolvendo-as em frescura, ao mesmo tempo que se mantém fiel às canções. Gravado numa semana quente de Agosto, na vila de Caxarias, esta obra resulta – “(..) num ínfimo registo, porque não detemos nada, temos apenas a missão de o partilhar eternamente com aqueles que se permitirem fazer silêncio, para a ouvir.” – palavras da artista.
“Amarílis” (2021) – É um single que nasce de uma colaboração com Francisco Sales, produtor do single e conceituado guitarrista da banda britânica Incógnito. A colaboração culmina numa viagem ao Plantasia Studios em Viseu. É quase como um quadro de um jardim que eterniza o amor, desenha uma história que celebra a vida dos nossos avós, a sua sabedoria e mantém vivas as nossas memórias de infância.
O projeto já passou por palcos como o “NOS Alive”, “Festival Para Gente Sentada” ou Festival Termómetro, tendo participado também em projetos como “A Música Portuguesa a Gostar dela Própria” ou “Porta253”. O tema “Dissabor” integrou a coletânea Novos Talentos FNAC 2019.
Bia Maria vem agora ao Emergente apresentar o seu mais recente EP – Tradição – num formato especial para um concerto único.
FALSO NOVE (Open Call)
Falso Nove, banda lisboeta, surge da vontade do Mateus Carvalho (voz e saxofone), do Afonso Lima (voz e guitarra), do Francisco Leite (teclados e piano) e do Francisco Marcelino (bateria) de desenvolver um projeto onde pudessem escrever canções em português. Ao mesmo tempo, procuram explorar e fundir as suas várias influências num corpo coerente de indie rock de forte dimensão lírica. Mais recentemente, José Amoreira (baixo), junta-se à banda, compondo a atual formação. O seu primeiro single, “Canção da Antemanhã”, foi lançado em março de 2021, tendo sido seguido pelo recente “Cacos”. Apesar de já terem pisados palcos como a Fábrica Braço de Prata ou o EA Live, a participação no Festival Emergente representa um passo grande no percurso da banda, que vai apresentar temas do seu projeto de estreia (a editar).
QUASE NICOLAU (Open Call)
Quase Nicolau é uma jovem banda lisboeta de seis amigos unidos pela vontade de compor e cantar canções em português e harmonia. Depois de um ano e meio em estúdio e alguns concertos, saiu o seu primeiro EP, Alvorada, a 21 de Janeiro de 2021. Gravado e misturado pelo lendário Moz Carrapa (António Variações, Rui Veloso, ZARCO), é feito de cinco canções com arranjos corais e instrumentais vivos e variados, nos quais há lugar para guitarras e teclados de todos os feitios, kalimbas, cordas, sopros…
Os Nicolaus têm uma idade média de 21,333 anos e são: Francisco Carrapa (coros e guitarra elétrica), Francisco Melo (coros, baixo elétrico e kalimba), Gonçalo Mota (coros, guitarras), Joana Domingues (voz, teclados, percussão), José Maria Lobo (voz, viola amarantina, guitarras) e Nuno do Lago (coros, bateria).
MADALENA PALMEIRIM (Open Call)
Madalena Palmeirim é cantautora, multi-instrumentista, e faz canções para cantar ao piano, ukulele, cavaco ou auto-harpa. Atuou com os “They’re heading West” e Joana Barra Vaz. Gravou com “Minta & the Brook Trout”, entre outros. Em 2014 fez o projeto “week in week out” publicando uma canção todas as 2ª feiras do ano no seu canal de Youtube. Editou “Mondays” (EP 2015) e “Right as Rain” (Álbum- 2019). Produziu o projeto “No Jardim Com” – série de quatro vídeos para o Youtube. Fundou o trio “Rainhas do AutoEngano” (2020) e editou 4 singles “Eu Jurei” (Novos Talentos Fnac 2021), “Quarentena”, “Gota” e “Não Falta Nada”. Trabalha em sonoplastia para teatro e cinema. Participou na banda sonora de “A Metamorfose dos Pássaros” (2020) de Catarina Vasconcelos. Ao Festival Emergente, Madalena Palmeirim traz as canções do primeiro álbum a solo “Right as Rain” e levanta o véu ao novo álbum “Morna Mansa”, com edição prevista para 2022.
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