A temporada lírica e sinfónica 2022 do Coliseu Porto Ageas inaugura com “Mátria“, sexta-feira, 4 de março, às 21h00. Primeira ópera criada em Trás-os-Montes, esta obra em português é uma história atual sobre a sociedade que fomos e continuamos a ser, e onde os personagens se assemelham tantas vezes a cada um de nós.
É a primeira ópera em Portugal baseada na obra de Miguel Torga, nomeadamente nos “Contos da Montanha” (editados em 1941) e nos “Novos Contos da Montanha” (editados em 1944). O libreto foi escrito por Eduarda Freitas e a história passa-se numa aldeia transmontana, onde um rapaz vive fascinado com as histórias de encantar, acreditando que há um tesouro escondido na barriga do monte para onde leva as ovelhas.
Fernando C. Lapa foi o compositor que aceitou o desafio de transformar em música um libreto cujas palavras foram todas “escritas” por um dos maiores escritores e poetas portugueses do século XX. Do livro “Contos da Montanha” foram usados os contos “A Maria Lionça”, “Um Filho”, “A Ladainha”, “O Vinho” e “A Vindima”. Do livro “Novos Contos da Montanha” estão representados “O Pastor Gabriel”. “O Caçador”, “O Sésamo”, “O Regresso”, “Destinos”, “A festa” e “O Senhor”. A alguns dos contos não lhes foram retirados diálogos ou personagens, mas serviram como inspiração para caracterizar ambientes e personagens.
“Mátria” marca o regresso dos grandes corpos artísticos ao palco e ao fosso de orquestra – interditado em 2020 e 2021 devido às restrições impostas pela pandemia. Em palco vão estar dois coros (um coro comunitário, formado para a ópera, e Moços do Coro, num total de 21 elementos), cerca de 30 músicos da Orquestra Mátria, com direção do maestro Jan Wierzba, e sete solistas nacionais: Job Tomé, Mário João Alves, Paulo Lapa, Tiago Matos, Regina Freire, Ana Isabel Santos e Madalena Tomé.
Quase tudo parece improvável neste projeto, estreado no final de 2021 em Vila Real. A começar pelos dez anos que demorou a chegar ao palco, e pelo facto de ser uma ópera onde os cenários são “vivos”. Para isso, o encenador Ángel Fragua recorreu aos vários elementos dos dois Coros participantes, que assumem o papel de várias personagens como a montanha, o rebanho de ovelhas ou a vinha. Para criar este “cenário vivo”, os figurinos criados por Cláudia Ribeiro foram fundamentais, assim como o jogo de luzes, concebido por Pedro Pires Cabral.
Ópera em dois atos, “Mátria” é uma ideia original e com produção da agência criativa Inquieta, recebeu o Alto Patrocínio da Presidência da República e apresenta-se agora ao público no maior teatro do Norte.
Os bilhetes custam entre 15€ e 30€ e podem ser adquiridos na bilheteira do Coliseu, Ticketline e locais habituais. Estudantes beneficiam de 50% de desconto, Amigos do Coliseu e portadores do Cartão Porto. 20%, maiores de 65 anos e famílias com mais de três elementos têm 25% de desconto.
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