a concerto selectbanner-spotlightculturadestaque | reportagemfoto-reportagemmúsica

Pedro Abrunhosa no Coliseu dos Recreios

Um Magnífico Concerto que contou com o Cante Alentejano dos Camponeses de Pias

‘A.M.O.R’ deu início esta sexta feira a um magnífico concerto, Pedro Abrunhosa e o seu Deus, inspiraram as mentes, as sensações de cada um.

Conhecido por ser desconhecido, misterioso no seu blazer azul claro e os seus óculos escuros, Pedro escreve canções sobre a vida, de amor sentido, vivido e perdido de tragédias e esperanças.

Foi um concerto, onde a sua mensagem política também apareceu ‘…talvez um dos maiores actos políticos, seja a participação num espectáculo, boa noite e obrigada por terem vindo…’ foram com estas palavras que Pedro Abrunhosa agradeceu uma casa cheia.

Pedro Abrunhosa > Coliseu dos Recreios ©Luís M. Serrão – ineews < 2023.04.21

O Tema ‘Que o Amor Te salve nesta Noite Escura’ foi escrita na sequência da ‘bárbara agressão da Rússia à Ucrânia’ e a ‘Balada de Gisberta’ escrita há 16 anos após o horrível assassinato de ‘Gisberta’, ‘…mulher estrangeira, estranha, com todas as fraquezas expostas, morta por 4 crianças de 13 e 14 anos, apenas porque era mais fraca. …’ A música ‘Balada de Gisberta’ é desejo, a vontade de Pedro de que a violência termine.

Neste concerto são também homenageados os seus pais, que partiram há dois anos, tendo-se amado durante 70 anos, uma vida inteira. É homenageado Rui Nabeiro, empresário português que viveu e enriqueceu, sempre ajudando o povo. Homenageia as mães da Ucrânia e da Rússia que vêem os seus filhos obrigados a ir para a guerra.

Pedro Abrunhosa não é um cantor é, sim, um intérprete extraordinário, um homem vivido, um homem do mundo, que trás para o palco as suas próprias experiências de vida.

Pedro Abrunhosa > Coliseu dos Recreios ©Luís M. Serrão – ineews < 2023.04.21

Ouviram-se no Coliseu ‘Deixas em Mim Tanto de Ti’, ‘Momento’ e ‘Ó Minha Mãe’, já com a intervenção de ‘Os Camponeses de Pias’.

Os Camponeses de Pias, dirigidos por Paulo Ribeiro, trouxeram àquele palco do Coliseu o Cante Alentejano, considerado Património Imaterial da Humanidade, pela maneira como é cantado e sentido, a musicalidade, a profundidade das suas vozes colam perfeitamente com os sentimentos das letras de Abrunhosa.

Diz-nos Abrunhosa que ‘…após uma digressão internacional, Londres, Paris, Bruxelas, Luxemburgo, estes concertos  aterram agora em Portugal, nos Coliseus, (para eles, Pedro Abrunhosa e os Camponeses de Pias), trouxeram a raiz, o tronco a rama, a ceifa, a folha e o fruto que é um país, é isso que a Cultura é, tivemos a noção, da dignidade e da profundidade do que é a nossa ‘Identidade Cultural’…’.

Pedro Abrunhosa > Coliseu dos Recreios ©Luís M. Serrão – ineews < 2023.04.21

Entre mais histórias ouvimos os temas ‘Tenho Saudades, mais Nada’, ‘Fazer o que Ainda não Foi Feito’, ‘Se Eu fosse um Dia o Teu Olhar’, ‘É Preciso ter Calma’, e ‘Acima & Abaixo’.

No coliseu ouviu-se uma canção nova, que ainda não saiu, que Pedro escreveu durante a pandemia, dedicada a três grandes amigos seus, que durante esse flagelo perderam os seus filhos. Revela que não há sentimento, não há palavras para esses momentos, a não ser, como diz Pedro, através da música, expurgar a dor através da música.

‘Leva-me para Casa, faz de Mim o Teu Começo’ foi excepcional, Coliseu de pé, aqui e ali, lágrimas escorriam, sentimentos e saudades, que se juntaram àqueles pais e a todos os pais que perderam os seus filhos por causa da pandemia.

Pedro Abrunhosa > Coliseu dos Recreios ©Luís M. Serrão – ineews < 2023.04.21

Em meio de tanto sentimento, Pedro quase trocou a ordem das músicas, justifica brincando ‘é o que dá usar óculos escuros’, e mais uma vez volta a revelar a sua revolta política na canção seguinte, que escreveu contra aqueles que, ‘democraticamente eleitos’, são capazes de deixar afundar barcos com migrantes, que apenas pretendem fugir da guerra, viver e trabalhar em Paz, ouvimos ‘Amor em Tempo de Muros’.

Seguiram-se ‘Devias vir Salvar-me’ a segunda nova canção, que ainda não saiu e que Pedro estreia no Coliseu de Lisboa; uma versão sua de ‘Hallelujah’ e ‘Não Posso Mais’.

Outro momento espectacular foram os temas misturados ‘Socorro’ com ‘Staying a Live’, muito giro, para dançar.

‘Ilumina-me’ levantou todo o Coliseu, com as luzes dos seus telemóveis acesas, para um momento épico, arrepiante.

Pedro Abrunhosa > Coliseu dos Recreios ©Luís M. Serrão – ineews < 2023.04.21

Pedro Abrunhosa esteve em palco com os Comité Caviar, as vozes de Patrícia Silveira e Patrícia Antunes, dos Camponeses de Pias a voz arrepiante de um jovem, Rodrigo Aleixo, que apesar da idade, consegue transmitir tudo.

Em meio à apoteose final Pedro Abrunhosa é chamado ao palco e juntamente com os Camponeses de Pias a noite chega ao fim ao som de ‘Lavoura’, ‘Alentejo, Alentejo’, ‘Para os braços da minha Mãe’ com a voz extraordinária de Rodrigo Aleixo, ‘Lua’ e mesmo, mesmo a terminar ‘Tudo o Que Te Dou’.

Foi um Concerto que ficará, com certeza, na memória de todos quantos partilharam no Coliseu, das histórias de Pedro Abrunhosa, da música dos Comité Caviar, das vozes de Patrícia Silveira e Patrícia Santos e do Cante Alentejano, camponeses de Pias. 

Siga-nos nas redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e TikTok e veja os nossos conteúdos exclusivos.

Mostrar Mais

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo
error: Content is protected !!