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Quase um 1 milhão e 500 mil horas doadas ao ambiente em todo o mundo

mais de 41 mil só em Portugal na Hora do Planeta

Na ‘Maior Hora do Planeta de sempre’, quer a nível nacional quer internacional, as ações sustentáveis mais efetuadas relacionaram-se com: fitness, artes, alimentação e entretenimento educativo.

Arraial em Lisboa contou com cerca de 1000 visitantes e com apagão simbólico protagonizado por Carlos Moedas. Por todo o país foram ainda desligadas luzes de espaços emblemáticos como Castelo de São Jorge e Ponte do Freixo.

No passado sábado, dia 23, a Hora do Planeta — uma iniciativa da organização não-governamental World Wide Fund for Nature (WWF) — foi celebrada por milhões de cidadãos em mais de 180 países e territórios. Portugal, um dos 35 países que aderiram logo na 2.ª edição (2008), também voltou a juntar milhares de pessoas, municípios, empresas e organizações para desligar as luzes de edifícios e de monumentos e dedicar ainda 60 minutos a atividades efetivas pelo combate das alterações climáticas.

A nível mundial foram contabilizadas 1 473 145 mil horas doadas ao ambiente — a ‘Maior Hora do Planeta de sempre’ —, 41 242 mil das quais em território nacional. As ações mais realizadas para promover esta reconexão à natureza, de forma global, prenderam-se com: fitness, artes, alimentação e entretenimento educativo. Os dados são do Banco de Horas, uma plataforma online da ONG onde cada indivíduo podia registar o tempo devolvido à Terra e as atividades levadas a cabo durante todo o dia 23.

Tal como acontece anualmente, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, foi uma das vozes que se fizeram ouvir neste momento, frisando: “A necessidade de mudança é urgente. O clima está a entrar em colapso e o ano passado foi o mais quente de sempre. A Hora do Planeta é uma demonstração global de solidariedade para seguir um caminho diferente e revela o poder que cada um tem na luta pelo nosso futuro.”

Além de Guterres, muitas foram as figuras públicas que também se associaram a esta grande hora, como por exemplo: a atriz americana Kate Walsh, o campeão olímpico de maratona queniano Eliud Kipchoge, o ator/influencer colombiano Sebastián Villalobos, a atriz de Bollywood Ananya Panday, o ator chinês Zhu Yilong, o ex-futebolista camaronês Roger Milla e o atleta olímpico de ténis de mesa Deng Yaping (…).

Em todo o mundo, incluindo Portugal, foram organizadas milhares de iniciativas de consciencialização e conservação da natureza, sendo que dos 92 municípios aderentes no nosso país resultaram ações como: observação de estrelas, caminhadas, passeios de bicicleta, mercados eco e bio, concerto de percussão com funcionários da limpeza urbana, construção de lanternas sustentáveis, workshops com algas e plantas (…).

Em Lisboa, a festa oficial, organizada pela ANP|WWF, decorreu no Mercado de Alvalade com um arraial que integrou diversas atividades sustentáveis — dança, ioga, 20 oficinas, jogos, leitura de contos, showcooking, concerto de Selma Uamusse (…) — para incentivar os cidadãos a alterarem alguns hábitos, pois pequenas ações têm grande impacto no ambiente.

O evento contou ainda com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, o qual inaugurou, nas imediações do mercado, um mural — dedicado à alimentação sustentável e ao futuro do Planeta — criado pelos artistas urbanos Edis One (embaixador WWF) e Pariz One e pintado, em parte, em colaboração com a comunidade.

O autarca protagonizou ainda o momento do apagão, desligando um simbólico interruptor gigante, em conjunto com o presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, José Amaral Lopes, a fundadora e presidente-executiva da ANP|WWF, Ângela Morgado, os autores do mural e todas as crianças do recinto, que, como indicou Moedas, “são o futuro do país”.

“Esta iniciativa foi ao encontro das nossas expectativas, pois em apenas cinco horas tivemos quase 1000 visitantes (os quais doaram 5338 horas) e todas as atividades com bastante participação. A nível nacional e mundial os números também comprovam que, mais uma vez, foi um sucesso. Isto revela que as pessoas estão mais conscientes da gravidade dos problemas ambientais e de que a mudança global também passa por uma ação individual”, garante Ângela Morgado.

Aderiram ainda à Hora do Planeta 11 empresas e organizações — nomeadamente El Corte Inglés, REN, a Vulcano, a Auchan, o Zoo Santo Inácio, a EGF, a Procter&Gamble, o Continente e o Corpo Nacional de Escutas —, o que demonstra um claro e efetivo compromisso destas instituições com a necessidade urgente de proteção e preservação da natureza.

À semelhança das edições anteriores, em Portugal dezenas de edifícios públicos e de monumentos desligaram as luzes, tais como: Castelo de S. Jorge, Teatro Lu.Ca e Ponte 25 de Abril em Lisboa; Ponte do Freixo e Estação de S. Bento, no Porto; Teatro Pax Júlia em Beja; Ponte de S. Gonçalo em Amarante; Paço dos Duques de Bragança em Chaves; Monte da Penha e Monte Latito em Guimarães; Arco da Vila, em Faro; Museu Cidade do Açúcar na Madeira, Palácios da Conceição e de Sant’Ana, nos Açores, entre outros

Uma iniciativa que foi replicada um pouco por todo o mundo, com inúmeros espaços emblemáticos a ficarem às escuras durante uma hora, a saber: Ópera de Sydney na Austrália, Big Ben em Londres, Torre Eiffel em Paris, Coliseu e Vaticano em Roma, Porta da Índia, Estádio Nacional de Beijing na China, Torre de Tóquio, Cataratas do Niágara, Mesquita Faisal no Paquistão, Brandemburgo em Berlim e Sede das Nações Unidas e Empire State Building, ambos em Nova Iorque.

Recorde-se que a Hora do Planeta surgiu a 31 de março de 2007, em Sydney, Austrália quando 2,2 milhões de pessoas e mais de 2 mil empresas apagaram as luzes durante 60 minutos, não com o objetivo de poupar na fatura energética, mas como alerta para os efeitos das alterações climáticas. Hoje, trata-se do maior movimento global pela defesa do ambiente, o qual vai regressar em 2025, em todo o mundo, no sábado dia 22 de março.

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