Estoril Sol lança em edição especial “Egoísta – Tempo Suspenso”
Propriedade da Estoril Sol, a revista “Egoísta” acaba de lançar “Tempo Suspenso”, num oportuno convite à reflexão dos seus leitores. Referência do meio literário, a revista mais premiada a nível europeu, apresenta-se numa edição especial, distinguindo-se, uma vez mais, pela excelência dos seus portefolios.
“Vivemos um ano original e inesperado. O tempo suspendeu-se por razões várias. Tivemos de rever as nossas prioridades, os nossos afectos, a maneira como fazíamos os nossos dias, o que imaginávamos ser o futuro. A “Egoísta” é um reflexo deste tempo, é uma edição especial composta por colaboração de qualidade ímpar e diversificada, proporcionando uma espécie de crónica dos tempos, um registo desta suspensão que afectou a Humanidade”, explica a editora Patrícia Reis.
“Daniel Blaufuks interpreta o tempo com um portfolio poético e dentro do registo do seu trabalho. Teolinda Gersão traz-nos um conto sobre a desordem, os animais e as plantas, o caminho que trilhamos. Raquel Serejo Martins é a nossa poeta para esta edição especial. João Porfírio recorda-nos o impacto da morte, os rituais reinterpretados e limitados que a Covid-19 obrigou a redesenhar. João de Melo escreve sobre como o ser humano “escapou dos nossos olhos”. Apresentamos um portfolio de pintura de Paulo Damião numa inspiração humanista. Bruno Vieira Amaral reflecte, numa narrativa ficcionada, sobre a forma como um homem entende o tempo morto, como escreve a vida. Catarina Branco expõe as suas peças tridimensionais e misteriosas. Francisco Zenha Preto, num registo poético, apropria-se do tempo e pede mais um pouco. Por fim, publicamos um conto do mais português dos escritores italianos, Antonio Tabucchi. “E de repente, no início da vida” é o título do portfólio de ilustração de Teresa Freitas. Salvador Sobral escreve-nos sobre a suspensão na música”, refere, ainda, Patricia Reis.
Escreve Mário Assis Ferreira, Director da “Egoísta” no editorial: Vagueamos num tempo suspenso. Tempo traidor, que nos secou o tempo… Como se, subitamente, o existir pairasse entre dois mistérios que se confrontam. Como se vestíssemos corpos desabitados: exaustos da ausência, tementes da proximidade.
E prossegue: “Mas há sempre um céu a vislumbrar… Mais longínquo, talvez, qual vizinho à janela, subitamente mais arredio. O Céu, porém, pode ser luz ou crepúsculo. E nesse espectro claro/escuro, eis que nos surge a tentação de Pensar. Pensamentos solitários, hesitantes na dualidade entre a claridade da esperança e as trevas do desalento. Numa dicotomia que antecede a razão e nos reconduz à inelutável interrogação: quem éramos, quem somos, o que nos resta voltar a ser? Dessa dúvida existencial nasce a angústia do futuro. Será que esse futuro nos reserva um recomeço? Ou será que, na sua exiguidade, ele nos limita ao ensejo de um novo começo? Incerteza que nos impele a adivinhar o porvir e nos dita como presságio a sujeição a um novo começo!”.
Lançada em 2000, a Revista “Egoísta” foi já galardoada com 93 prémios nacionais e internacionais na área do jornalismo, design, edição, criatividade e publicidade, o que a torna na publicação mais premiada a nível europeu.